A agroindústria tem participação de 5,9% no PIB do Brasil, segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Responsável pelo beneficiamento, transformação e processamento de matérias-primas vindas da agropecuária, ajuda a integrar o meio rural com a economia de mercado. Em Santa Cruz do Sul, de acordo com o engenheiro agrônomo da Emater Assilo Martins Corrêa Junior, há 13 empreendimentos legalizados e seis em processo de legalização.
Conforme ele, o segmento é importante para a economia, especialmente porque agrega valor à matéria-prima e por ser uma alternativa de conservação dos alimentos para venda ao longo do ano. “São empreendimentos familiares que buscam a preservação de uma produção artesanal, em pequena escala, mantendo a tradição familiar de receitas”, explica, acrescentando que a matéria-prima, na maioria dos empreendimentos, é de origem da propriedade.
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Esse é o caso da agroindústria Doces Frantz, localizada em Cerro Alegre Alto, onde se produz melado batido, doce cremoso de frutas e schimier colonial há mais de um século. Na propriedade de 6,8 hectares, cultivam-se 600 pés de figo, 70 pés de goiaba, 130 pés de laranja e uma área de cana-de-açúcar para a fabricação dos doces. É assim, “aos olhos dos proprietários”, que a produção se transforma em alimento e garante o sustento da família há quatro gerações.
Segundo Dulce Frantz, de 66 anos, que herdou a tradição dos avós, tudo que se utiliza na fabricação dos doces é cuidadosamente cultivado na propriedade. “Não usamos nada de agrotóxico e nem conservante. As únicas frutas que precisamos comprar são o morango e a uva. O restante é tudo daqui”, garante. Com a ajuda do marido Julci, de 73 anos, e do filho Luciano, de 45, ela produz semanalmente 300 quilos de melado e mais 300 quilos de doces de frutas e schimier. A produção é feita nas segundas, terças e quintas-feiras e abastece supermercados de Santa Cruz do Sul, Rio Pardo e Venâncio Aires.
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No inverno, o volume produzido aumenta em até 60% por conta da maior demanda de consumo. No entanto, embora se verifique esse acréscimo sazonal, nos últimos cinco anos a família Frantz tem percebido uma mudança de comportamento dos consumidores. “As pessoas já não consomem tanto os doces quanto no passado. Isso tem mudado porque buscam refeições rápidas e prontas. Dificilmente as famílias param e se reúnem para tomar café. Quase não se vê mais isso em função da correria”, relata Luciano, a quarta geração da família Frantz.
Entre os desafios enfrentados na agroindústria, ele cita a dificuldade de inserir o produto em grandes redes de supermercados, por conta da logística e da capacidade de produção. De qualquer modo, considera gratificante fornecer alimento caseiro e de qualidade há tantos anos às famílias de Santa Cruz do Sul e região e de ter uma propriedade que se sustenta daquilo que produz. O engenheiro agrônomo da Emater cita ainda outro entrave para a agroindústria. “Para alguns ramos de processamento, por exemplo, principalmente os que têm produtos de origem animal, o investimento acaba sendo um impedimento, bem como os custos de manutenção e análise de produtos”, relata, ao mencionar que isso pode até mesmo inviabilizar empreendimentos de pequeno porte.
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De qualquer modo, independentemente do produto, é fato que grande parte das riquezas de todo o Brasil são provenientes desse setor. Isso demonstra o quanto a agroindústria é essencial econômica e socialmente, pois dá autonomia para os trabalhadores gerenciarem as propriedades e as tornarem autossustentáveis.
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