Entre os 53 militares do antigo 7º Regimento de Infantaria (RI) de Santa Cruz do Sul, que participaram da 2ª Guerra Mundial (1939- 1945) nos campos da Itália, estava o jovem Aloys Zahn, natural de Formosa (a localidade pertencia ao distrito de Trombudo e hoje é o município de Vale do Sol).
Conforme sua única filha, Roseli Butzen, Aloys desejava servir ao Exército. Na época, era comum os jovens casarem cedo, para serem dispensados do quartel. “Várias moças quiseram casar com meu pai. Mas ele não aceitou.”
Em novembro de 1944, o RI recebeu ordens para organizar um voluntariado para integrar a Força Expedicionária Brasileira (FEB). Em fins de dezembro, sob forte emoção, o grupo embarcou na Estação Férrea de Santa Cruz. Após breve treinamento no Rio de Janeiro, seguiu rumo à Itália.
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Membro da artilharia, o santa-cruzense participou de combates e viu companheiros mortos e feridos. Lembrava que a tomada de Monte Castelo foi crítica e sangrenta. Ele passou duas noites “enterrado” em uma casamata, com balas zunindo sobre a cabeça. Quando o inimigo dava uma pausa, cabia a ele manusear a metralhadora aliada, respondendo aos tiros.
Também falava da neve, do frio, da falta de roupas adequadas, da comida enlatada (sempre gelada) fornecida pelos americanos e da curiosidade em torno do seu sotaque alemão. Após a rendição dos nazistas (1945) e o fim da guerra, seu retorno a Santa Cruz demandou quase um ano.
Em Formosa, sem notícias do filho, os pais Amanda e Ernesto Zahn encomendaram um culto em memória do jovem, que acreditavam estar morto. Para alegria de todos, no dia da celebração o pracinha voltou.
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Aloys foi caixeiro-viajante e, em Trombudo, conheceu a esposa Elly. Dois anos depois de casados, vieram para a cidade, onde trabalhou como soldador na Máquinas Binz. Após ingressou no Daer, onde se aposentou. Ele morreu em 2003, na véspera de completar 83 anos.
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