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Agredida por vizinho a pedradas pede ajuda da polícia: “Não aguento mais”

Foto: Alencar da Rosa

Clésia mostra a marca da agressão que ela sofreu de seu vizinho na manhã de terça-feira

O olho azul direito de Clésia Koenig Fischborn, 63 anos, carrega abaixo da pálpebra inferior um borrão roxo. É a marca da violência. Em sua casa, ainda guarda uma das pedras direcionadas a seu rosto pelo vizinho, como uma forma de talvez ter uma evidência de uma agressão tão grave e sem sentido. Não bastassem os incontáveis boletins de ocorrência registrados na delegacia, os danos causados em sua residência, cusparadas e xingamentos, os detalhes dos fatos contados por ela, por si só, embasam uma história de anos de violência.

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“O que mais precisa acontecer comigo para a polícia fazer alguma coisa?” O caso veio à tona na última terça-feira, 6. Poucas horas após ver sua mãe apedrejada, a cabeleireira Daylene Pinto, 38 anos, publicou em suas redes sociais um vídeo relatando o histórico de agressões do vizinho contra Clésia, e condenou a falta de ação das forças de segurança em tomar alguma atitude para conter o homem.

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“Esse tipo de coisa acontece desde que eu era criança. E se estendeu. Resolvemos expor porque é cansativo ir fazer boletim de ocorrência e nada nunca ser feito. Eu não quero colocar uma faixa de luto na frente da casa da minha mãe depois que algo pior acontecer. Quero que se resolva antes. São tantos anos e isso é tão massacrante”, disse Daylene à Gazeta.

Pedra que acertou a vítima foi guardada | Foto: Alencar da Rosa

O autor das agressões tem 66 anos e possui uma ficha policial extensa. São 15 registros por crimes como lesão corporal, injúria, ameaça e até estupro. “Eu mesma registrei uma ocorrência contra ele, quando ameaçou meu filho com uma machadinha”, contou Daylene. Um dos medos da família é que o homem coloque fogo na casa onde Clésia morou a vida toda. A pedido da cabeleireira, a rua e o bairro onde a mãe dela mora e o nome do vizinho serão mantidos em sigilo.

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“Eu não quero incitar a violência, não quero que ninguém vá lá na casa dele bater, como já me mandaram mensagem, pedindo o endereço depois da minha postagem. Não é isso que eu quero. Quero que as pessoas vejam que a polícia pode fazer ele parar. Eu não quero que tenha que acontecer uma morte para daí resolverem fazer alguma coisa”, complementou Daylene.

Agressão gravada

Clésia recebeu a Gazeta do Sul em sua casa na tarde dessa quarta-feira, 7. A aposentada mora sozinha no imóvel e tem problemas de saúde. Venceu um câncer de mama recentemente. Nos fundos do terreno mora sua irmã, de 72 anos, que teve a mesma enfermidade e retirou a mama, mas o câncer voltou. “Eu não sei mais o que fazer para ser ouvida pela polícia. Estou propensa a ter câncer de novo, e preciso lidar diariamente com essa tensão e preocupação”, salientou a mulher de 63 anos.

Nos últimos tempos, Clésia chegou a instalar um plástico preto junto à cerca de arame, para evitar enxergar o vizinho. “Foi a maneira que eu achei, porque não tenho condições financeiras de construir um muro. E ele estava atiçando os cachorros contra meus netos, agredindo meus cães e dando sal pra eles.” Ela mostrou os incontáveis registros que já fez na delegacia contra o homem e contou detalhes de algumas das ocorrências. No caso de terça-feira, o vizinho queria usar um dos postes da cerca de Clésia para colocar uma braçadeira de ferro de um portão que ele estava instalando.

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“Num sábado, eu ouvi barulhos e achei que ele tinha pegado o machado e estava cortando lenha. No outro dia, fui ver e ele tinha quebrado sete postes de concreto da minha cerca. Nesses últimos dias, vi que um pedreiro dele estava instalando uma estrutura de ferro junto aos postes que sobraram, no meu terreno, e pedi numa boa para não colocar na minha parte”, contou.

“Na terça-feira pela manhã, eu estava recolhendo as fezes dos cachorros no pátio, meu vizinho apareceu na cerca e começou a jogar pedras em mim”, disse a aposentada, que trabalhou como operadora de empilhadeira por 15 anos em uma fumageira de Santa Cruz. Toda a agressão foi gravada por uma câmera instalada por Clésia há algumas semanas, em virtude do medo que tem, segundo ela, de ser assassinada pelo homem.

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A Gazeta do Sul teve acesso ao vídeo. Após ser atingida pelas pedras, a mulher sai para uma área de grama no seu pátio. Foi o que a salvou de um possível golpe fatal, pois na imagem é possível ver o homem levantar uma enxada por cima da cerca e abaixá-la quando vê que a aposentada sai de seu alcance. “Não sei mais o que fazer. Só peço uma ajuda.”

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