Quando fico a pensar que criamos três (maravilhosos) filhos, cada qual à sua maneira se encaminhando para a vida, hoje focados em projetos pessoais e na construção de um lar, do próprio núcleo familiar, tenho uma vontade imensa de rezar e agradecer. Como conseguimos? Que força superior nos deu luz, orientação, talvez inspiração, para estarmos em sintonia com pequenos seres em formação? Eles muito à frente de nossa capacidade de compreensão e entendimento de tempos tão diferentes e acelerados. Nós puxando o freio, com nossos valores e princípios, para não perdermos as rédeas de uma corrida desafiadora, às vezes frenética, em busca de objetivos que nem sempre compreendíamos.
Nem ouso me imaginar no papel dos jovens pais de hoje e o tamanho do desafio que eles terão pela frente para encaminhar os filhos para um imaginário porto seguro, porque ele não existe. O horizonte é o infinito. Conseguir uma boa escola, uma base sólida de ensino, uma formação superior promissora – quem sabe um concurso público –, talvez nada disso mais seja relevante em breve, como era nossa expectativa para a estruturação familiar.
Não sei o que faria. Minha esposa é professora (hoje aposentada) e certamente teríamos bons motivos para discutir sobre formação dos filhos. Por vocação e paixão pelo que sempre fez, imagino que ela preferiria vê-los na escola, no modelo consolidado ao longo de décadas e gerações. E não lhe tiraria a razão. Mas surge no horizonte a possibilidade de um novo formato de ensino, para a maioria ainda uma incógnita, que autoriza pais a oferecerem conteúdos escolares aos filhos em casa, sob a supervisão e avaliação de professores.
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Não serei temerário a ponto de sugerir que tudo deve ser modificado daqui para a frente. Ou de insinuar que o modelo que nos trouxe até aqui está superado. Mas não se precisa ser visionário para entender que, a exemplo de outros setores, também o conceito de educação vai passar por mudanças. Já tivemos outras formas de ensino, de aprendizagem, de educação. Eram adotadas e aprovadas dentro de um contexto de época, mas que hoje certamente seriam desaprovadas.
A minha iniciação nos estudos, só para lembrar, se deu numa escola comunitária, particular, em Quarta Linha Nova, onde os pais delegavam ao professor – líder comunitário, representante, celebrante, regente de coral e tudo o mais que pudesse nortear uma sociedade – plenos direitos, inclusive para cuidar da formação dos filhos dos outros. As provas de avaliação final do ano letivo eram aplicadas em público, na presença dos pais, em salão comunitário. O professor expunha as questões, aprovava ou desaprovava de acordo com o desempenho do aluno. E ninguém reclamava. Impensável hoje. Porque haveria comitês contra isso e aquilo. Deixa pra lá!
Verdade é que aprendemos. E que eu lembre, ninguém se atirou do alto do palco contra o veredito do professor. Porque ele era respeitado e se fazia respeitar perante a comunidade. Faço esta referência em homenagem ao meu primeiro mestre, Pedro Albino Wagner, e ao professor Gastão Waechter, que me encorajou a seguir em frente, pelas escolas da vida. Só lhes devo gratidão!
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