O oitavo mês do calendário gregoriano continua desfilando a condição polêmica de tempo de tragédia, injustiça; muito cachorro maluco por aí, a torto e direito…
Certo agosto foi o marco da construção do Muro de Berlim; mês também marcado pelo horror da bomba atômica em Hiroshima e Nagasaki. O oitavo marco no calendário testemunha o massacre de protestantes na França: “A noite de São Bartolomeu”… E o início das duas grandes Guerras Mundiais, segundo historiadores…
Outros tristes fatos – como o suicídio do presidente Vargas – aconteceram no mês que antecede a primavera: tão linda nesta Santa Cruz do Sul das flores e torres belíssimas na Catedral neogótica, o cartão de visitas que aquece minha saudade. Sempre amarei a Gauchinha onde a Floriano Peixoto – a rua principal – esbanja tanto charme e planejamento.
Jamais achei o mês dedicado a Augusto, o imperador, um tempo de má sorte. Mas confesso que teria tudo para desconfiar após reviravoltas em minha existência peregrina – graças sejam dadas a Deus – em um certo mês de agosto, em que fui obrigada a descer, goela abaixo, bebida amarga de difícil digestão… E deixar Santa Cruz. Acontecimentos que me levaram a publicar A Cruz, a espada e o agogô, em 2016, e o romance As Ayabás do Rei, depois de catorze anos de gaveta.
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O novo romance chegou às minhas mãos agradecidas no dia 8 de agosto, dedicado à memória do grande fundador da Ordem dos Pregadores: São Domingos. Céu de brigadeiro não fomenta a imaginação. É belo e monótono; provoca muito sono. E antes uma vaia do que um bocejo, dizia o filósofo do Direito, professor Miguel Reale.
Viram que estou filosofando? Isso não é por acaso. Hoje – 16 de agosto – é o Dia do Filósofo, aqui no Brasil. E já que é pra filosofar – exorta-nos D. História, na eterna cadeira de balanços, para frente e para trás –, o cenário político atual, principalmente o comportamento de muitos parlamentares do patropi, é bom tema de reflexão. Também favorável para orações de exorcismo.
Em um dia 16 de agosto morreu um grande pensador e mestre das letras dentre os lusófonos (e não lusófonos). Eça de Queirós. O genial autor de Os Maias, A relíquia, O primo Basílio… Para denunciar a mediocridade e falácias, publicou O crime do padre Amaro…
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No dia de hoje se comemora S. Roque. Santo cuja história (duvidosa na hagiografia) provém da fonte mais confiável: o coração do povo. Aquele abraço para o padre Roque Hammes, pelo seu onomástico. Sacerdote fiel e escritor corajoso; filósofo que não mente e denuncia. Reflexo da Igreja Missionária de Francisco.
Falando nisso, foi em agosto, no dia de hoje, 16, em 1570, que houve o início da Inquisição nas Colônias Espanholas. E também no mesmo dia, em 1773, a extinção da Companhia de Jesus… Hoje o papa é jesuíta, minha gente. Nada como a ação misericordiosa de Deus pela lei pendular da História. A paciência tudo contempla.
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