Anualmente, a importância do aleitamento materno é lembrada durante as ações do “Agosto Dourado”. O mês é dedicado a estimular, esclarecer dúvidas e orientar sobre a importância da amamentação até, pelo menos, os seis primeiros meses de vida da criança.
Ainda assim, dados do Ministério da Saúde (MS) indicam que somente 45,7% dos bebês brasileiros são alimentados exclusivamente com leite materno, que é o alimento mais completo, sob todos os aspectos, para essa fase. Rico em nutrientes, vitaminas e minerais, ele reduz em até 13% as mortes infantis, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
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Apesar de seus inúmeros benefícios, a amamentação nem sempre é um processo fácil, exige adaptação da mãe e do bebê, e muitas informações erradas acabam gerando falta de discernimento.
Mitos e verdades sobre o aleitamento materno:
- Existe leite fraco? MITO! Todos têm a mesma constituição. As pessoas acreditam que, pelo leite materno ter uma cor e densidade diferentes, por exemplo, ao do leite de vaca, que ele seja mais fraco, o que não é verdade. O leite da mãe tem todas as propriedades na quantidade adequada que o bebê precisa para que possa se desenvolver de maneira saudável.
- Mama pequena produz pouco leite? MITO! O que dá o tamanho e o formato da mama é a quantidade de tecido gorduroso, e o que produz o leite é o tecido glandular. Então, mulheres com mama pequena podem produzir a mesma quantidade de leite que mulheres com mamas grandes.
- O leite materno combate infecções? VERDADE! O leite materno é muito importante para fortalecer a imunidade dos bebês. É rico em anticorpos, possui glóbulos brancos e enzimas protetoras que defendem o organismo de infecções e na recuperação de doenças, protegendo o bebê contra várias patologias da infância, tais como diarreias, alergias, infecções respiratórias e otites.
- Ingerir água aumenta a produção de leite? MITO! Não há comprovação científica sobre isso. O metabolismo do corpo da mãe fica aumentado durante a fase da amamentação e, por isso, é comum a lactante sentir sede com mais frequência. Mas não há nenhum estudo que mostre benefício no consumo aumentado de água para a produção de leite. Entretanto, uma mulher desidratada pode ter sua produção diminuída. A quantidade ideal de líquido diária varia de dois a três litros por dia.
- A cada três horas o bebê precisa ser amamentado? MITO! Não há uma regra: o bebê é quem vai demonstrar o seu ritmo e a mãe deve ficar atenta para dar o peito sempre quando o bebê solicitar, avaliando sinais de fome. Com o tempo, a criança vai fazer seu próprio horário de mamadas. Existem bebês que levam em torno de cinco a 10 minutos para mamar; outros podem levar de 20 a 30. O importante é que a mãe mantenha a amamentação até que o bebê perca o interesse, o que significa que ele já está satisfeito. Um ponto de atenção é a “pega”, ou seja, o bom encaixe da boca do bebê ao bico do seio da mãe: a criança deve conseguir abocanhar a maior parte da auréola, para que extraia de forma mais eficaz o leite e evite fissuras, sendo mais confortável para ambos. Em situações especiais, os bebês precisarão ser estimulados a mamar com intervalos pré-definidos, mas isso será orientado pelo pediatra.
- Cerveja preta e canjica aumentam a produção de leite materno: MITO! A alimentação é importante para manter a mãe saudável e compartilhar isso com o bebê, mas não existe nenhum trabalho científico que associe algum alimento ao aumento de produção de leite materno. Bebidas alcoólicas, como a cerveja preta, são contraindicadas durante o período de amamentação.
- Se a mãe ingerir chocolate ou feijão, pode causar cólica no bebê? MITO! Não existe nenhuma comprovação de que a alimentação da mãe possa interferir na cólica do bebê. A mãe deve ter uma alimentação saudável e balanceada, o que é importante no período pós-gestação.
- Quanto mais o bebê mama, mais leite a mãe produz? VERDADE! Logo após dar à luz, a produção de leite é menor, cerca de 100ml por dia. Porém, após o quarto dia, a mãe produz em média 600ml de leite por dia. Conforme mãe e bebê vão se adaptando, o volume produzido varia, dependendo da necessidade de cada bebê, do quanto a criança mama e da frequência de mamadas. Quanto mais volume e mais vezes a criança mamar, maior será a produção. Algumas mães são capazes de produzir mais do que a quantidade necessária para o bebê, o que possibilita a doação para os bancos de leite humano.
- Chupeta e mamadeira atrapalham a amamentação? VERDADE! Oferecer bicos e chupetas pode fazer com que bebês rejeitem o peito da mãe e, além disso, podem gerar problemas na dentição, fala e respiração. A má higienização, inclusive, pode levar à contaminação desses itens e causar doenças ao bebê.
- Além de positiva para os bebês, a amamentação também é benéfica para a mãe? VERDADE! A amamentação fortalece o vínculo entre mãe e bebê, o que permite uma sensação de bem-estar. Reduz a depressão pós-parto, o risco de câncer de mama e ovário, e diminui as chances de hemorragias, pois favorece a contração do útero e sua involução, permitindo que retorne mais rápido para o lugar. Já para o bebê, são infinitas vantagens. As principais são em relação ao sistema imunológico, que fica mais fortalecido, atua contra infecções respiratórias e gastrointestinais, favorece o crescimento, o desenvolvimento intelectual, protege contra a obesidade, o diabetes e diversos tipos de alergia.
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Carina WeberCarina Hörbe Weber, de 37 anos, é natural de Cachoeira do Sul. É formada em Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e mestre em Desenvolvimento Regional pela mesma instituição. Iniciou carreira profissional em Cachoeira do Sul com experiência em assessoria de comunicação em um clube da cidade e na produção e apresentação de programas em emissora de rádio local, durante a graduação. Após formada, se dedicou à Academia por dois anos em curso de Mestrado como bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Teve a oportunidade de exercitar a docência em estágio proporcionado pelo curso. Após a conclusão do Mestrado retornou ao mercado de trabalho. Por dez anos atuou como assessora de comunicação em uma organização sindical. No ofício desempenhou várias funções, dentre elas: produção de textos, apresentação e produção de programa de rádio, produção de textos e alimentação de conteúdo de site institucional, protocolos e comunicação interna. Há dois anos trabalha como repórter multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, tendo a oportunidade de produzir e apresentar programa em vídeo diário.