Morreu na tarde deste sábado, 3, aos 84 anos, o cantor Agnaldo Timóteo, por complicações da Covid-19. Ele estava internado desde o dia 17 de março no Hospital Casa São Bernardo, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. De acordo com a família, ele teve um “pequeno agravamento” e seguia intubado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na manhã deste sábado.
Os médicos acreditam que o cantor tenha contraído a doença entre a primeira e a segunda dose da vacina contra a Covid-19, já que o artista havia tomado o reforço na segunda-feira, 15 de março.
“É com imenso pesar que comunicamos o falecimento do nosso querido e amado Agnaldo Timóteo. Agnaldo Timóteo não resistiu as complicações decorrentes do Covid-19 e faleceu hoje às 10h45. Temos a convicção que Timóteo deu o seu Melhor para vencer essa batalha e a venceu! Agnaldo Timóteo viverá eternamente em nossos corações! A família agradece todo o apoio e profissionalismo da Rede Hospital Casa São Bernardo nessa batalha”, diz a nota assinada por Marcelo e Ruth Timóteo.
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Potência vocal
Agnaldo Timóteo foi uma das maiores vozes influenciadas pelo canto da chamada Era do Rádio. Seu contato com os ídolos via Rádio Nacional e Mayrink Veiga começa ainda na cidade mineira de Caratinga, onde nasceu em 1936 e passou toda a sua infância. A potência vocal, que o fazia emitir um volume incomum para crianças de sua idade, já chamava atenção dos vizinhos e em programas de calouros de emissoras, como a própria Rádio Caratinga. Por causa de outro cantor renomado, Cauby Peixoto, Agnaldo ganhou nestes tempos um apelido que assumiu como elogio: o Cauby mineiro.
De Minas Gerais, depois de sair de Caratinga e chegar a Governador Valadares para trabalhar como mecânico de automóveis, Agnaldo se mudou para tentar a vida no Rio de Janeiro e teve, como um de seus primeiros trabalhos, o emprego de motorista da cantora Angela Maria.
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Um pouco antes, em rápida passagem por Belo Horizonte, ele era chamado para imitar Cauby Peixoto nas rádios quando o cantor não podia estar presente nas emissoras. Depois de passar por rádios como Inconfidência, Itatiaia, Mineira e Guarani, foi a própria Angela Maria quem o aconselhou a seguir para o Rio e lutar pela sua carreira de cantor.
Motorista de Angela, Agnaldo seguia cantando em horas vagas e convencendo quem estava a seu lado de um talento fora da curva. Indicado pela chefe, ele grava em 1961 seu primeiro disco, um 78 rpm com as músicas Sábado no Morro e Cruel Solidão. Dois anos depois, uma nova tentativa veio com Tortura de Amor, de Waldick Soriano. A gravadora Philips não trabalhou sua promoção e Agnaldo resolveu ele mesmo vender as 180 cópias de seu disco como um camelô.
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Foi um programa da TV Rio, apresentado por Jair de Taumaturgo, que mostrou Agnaldo Timóteo para o País. Como defensor da música The house of the Rising Sun, original dos Animals, o cantor levou todos os prêmios do programa. Ao terminar o concurso, ele já tinha um contrato assinado com a EMI-Odeon.
Surge um Astro, seu primeiro sucesso pela nova gravadora, veio com versões de canções internacionais lançadas naquele ano. Seu principal hit seria Mamãe (La Mamma). Uma produção incansável de discos, mesmo em momentos afastados da mídia, garantiria a Agnaldo uma carreira sempre ativa. Meu Grito, de 1967, seria um de seus maiores álbuns daquela década, com a música Obrigado Querida.
Carreira política
Depois de consagrado como cantor, Agnaldo Timóteo começou a atuar na política a partir de 1982, quando se tornou deputado federal no Rio de Janeiro, pelo PDT. Uma briga com o presidente da legenda, Leonel Brizola, o faria pedir transferência para o PDS.
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Em 1996, foi eleito vereador no Rio, mas transferiu-se para São Paulo e, em 2004, foi eleito vereador pelo Partido Progressista.
Brigou de novo, agora com Celso Russomanno, e pediu abrigo no Partido Liberal (antigo Partido da República). Timóteo também passou pelo PP, PR e PMDB.
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