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Aglomerações no Arroio Grande são um tormento para moradores

As aglomerações de jovens em torno de uma distribuidora de bebidas estão tirando o sono e a paz dos moradores da Avenida Castelo Branco e da Rua Acre, no Bairro Arroio Grande, em Santa Cruz do Sul. De acordo com uma moradora da área, que preferiu não se identificar, a situação ocorre quase todos os dias, mas se intensifica entre quinta-feira e domingo, quando centenas de pessoas se deslocam até o local para consumir bebidas alcoólicas e ouvir música em alto volume.

Além do descumprimento das regras de distanciamento social, a proximidade com o Hospital Ana Nery é motivo de preocupação. “Aqui é um lugar residencial e com muitos idosos. Na esquina há duas idosas que estão com problemas de saúde devido ao barulho e às noites sem dormir. Aqui nessa rua ninguém mais dorme”, reclama a moradora.

Segundo ela, também são constantes as cenas de pessoas urinando nos muros e grades das residências. “Eles vão em qualquer lugar para fazer as necessidades, e isso sem falar na quantidade de lixo que fica espalhada pelo chão na manhã seguinte”, observa. Ela afirma que os moradores contatam a Brigada Militar e a Vigilância Sanitária de forma recorrente para cobrar que os policiais e os fiscais resolvam o problema, mas isso não ocorre.

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“Só queremos voltar a dormir sem barulho novamente. Pagamos nossos impostos e nem sair da nossa garagem nós conseguimos. Simplesmente adotaram o bairro e tomaram conta da rua.” Não fosse tudo isso transtorno suficiente, ela relata que ocorrem rachas de carros, bombas e muitas brigas entre os jovens. “O pior de tudo é o som alto. Já tem seis meses que isso acontece e está piorando, tem cada vez mais gente.”

Proprietário de um posto de combustíveis nas proximidades, o vereador Carlão Smidt (PSDB) também se mobilizou para tentar resolver a questão. “Eu estava presenciando aquilo ali e vi que estava crescendo. Muitos moradores, preocupados, começaram a me procurar, e com toda a razão. É um descalabro o que está acontecendo, um desrespeito total.” Um abaixo-assinado foi realizado com a participação de diversas pessoas que moram no local. O documento foi protocolado no Ministério Público.

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Apesar da movimentação intensa de jovens em torno da distribuidora de bebidas, Carlão diz que o proprietário não é o culpado. “Ele cumpre rigorosamente a legislação, fecha na hora certa, não fica vendendo pelos fundos e inclusive se retira do local”, afirma. “Na verdade aquilo se tornou uma terra de ninguém, e isso não é aceitável de forma nenhuma. Nós sabemos que não são todos que fazem bagunça, mas uma parte acaba comprometendo o todo”, completa.

Fiscalização atuou para coibir a bagunça no local

Na última quarta-feira, a Prefeitura de Santa Cruz do Sul editou um novo decreto com medidas de prevenção à Covid-19 no município. Entre as várias outras regras, o documento prevê a restrição ao estacionamento de veículos em locais onde ocorrem recorrentes aglomerações. Em alguns pontos da região central essa proibição já estava em vigor, e agora houve acréscimo de novos trechos nas ruas Acre, Pereira da Cunha e Bruno Francisco Kliemann, nas proximidades da distribuidora de bebidas.

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Na noite dessa sexta-feira, 5, a Gazeta do Sul esteve no local e presenciou a atuação dos agentes da Prefeitura. Com duas viaturas estacionadas na frente da distribuidora, a ação evitou a formação das aglomerações no estabelecimento. Apesar disso, uma grande quantidade de pessoas circulava pelas calçadas do entorno consumindo bebidas alcoólicas. Chamou a atenção, ainda, os diversos veículos que se dirigiam ao cruzamento da Avenida Castelo Branco com a Rua Acre e davam meia volta ao perceber a ação dos fiscais. Alguns deles foram abordados.

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Além das aglomerações em si, a fiscalização estará atenta para flagrar casos de excesso de som automotivo, embriaguez ao volante, estacionamento irregular, consumo de álcool em via pública e desordem, dentre outras infrações. “As ações de fiscalização seguem acontecendo, cada órgão tem suas atribuições, mas o que estamos propondo agora é somar forças para uma ação mais resolutiva”, frisou a secretária municipal de Saúde, Daniela Dumke.

A ideia, segundo a secretária, não é punir, mas orientar em um primeiro momento. “O foco é sempre a prevenção, é fazer com que as pessoas entendam a gravidade da situação. Mesmo com a chegada das vacinas, precisamos seguir tomando os cuidados necessários, afinal o vírus não foi embora”, disse. Segundo dados da Vigilância Sanitária, no mês de janeiro deste ano foram efetuadas 595 visitas a estabelecimentos para fiscalização de questões relativas à Covid-19. O órgão recebeu ainda 53 denúncias e expediu quatro autos de infração.

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Naiara Silveira

Jornalista formada pela Universidade de Santa Cruz do Sul em 2019, atuo no Portal Gaz desde 2016, tendo passado pelos cargos de estagiária, repórter e, mais recentemente, editora multimídia. Pós-graduada em Produção de Conteúdo e Análise de Mídias Digitais, tenho afinidade com criação de conteúdo para redes sociais, planejamento digital e copywriting. Além disso, tive a oportunidade de desenvolver habilidades nas mais diversas áreas ao longo da carreira, como produção de textos variados, locução, apresentação em vídeo (ao vivo e gravado), edição de imagens e vídeos, produção (bastidores), entre outras.

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