O reajuste anual da tarifa da água em Santa Cruz do Sul para serviços de água e esgoto da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) entra em vigor em setembro, para as contas pagas em outubro. Durante entrevista para a Rádio Gazeta, nesta sexta-feira, 29, o presidente da Agência Reguladora dos Serviços Públicos e Delegados de Santa Cruz do Sul (Agerst), Auro Schilling, disse que companhia pleiteava um reajuste de 5,88%, porém o percentual definido, durante audiência pública, foi de 4,41%. O reajuste entraria em vigor em julho, mas foi postergado para setembro.
Agência cobra medidas a respeito de perdas na água
Schilling também falou sobre a perda ao longo do sistema, da água captada pela Corsan. Há 19 anos que a média em Santa Cruz, estimada em 60%, é o dobro da média do Estado. Em função disso, a Agerst cobra da Corsan um plano de eficiência para evitar que tanta água tratada seja perdida pela Companhia. Segundo ele, é esperada uma providência da empresa em 90 dias.
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“Estamos batendo nessa tecla há muito tempo para que a Corsan invista para melhorar essa eficiência na distribuição. Não dá para entender como uma companhia com esse porte não possa melhorar essa perda de 60%, sendo esse um número muito elevado entre produção e faturamento”, disse.
O presidente da Agerst faz uma conta matemática simples. Reduzindo o índice de perdas, a Corsan poderia faturar mais sem a necessidade de reajustar a tarifa de água. “A conta hoje está muito confortável, o serviço é ineficiente e o consumidor que paga. Então vamos inverter essa conta, ser eficientes e beneficiar o consumidor. Essa é a lógica. Instigar os investimentos da Corsan para que isso retorne depois em benefício de tarifa”, ressaltou o presidente.
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Pode resultar em multa
A Agerst abre um novo processo administrativo contra a Corsan que pode resultar em multa. O fato que gerou a notificação, foi a última falta de água na cidade que deixou desabastecida a maioria dos bairros durante o fim de semana dos dias 16 e 17 de maio.
Segundo relatos dos usuários, a falta de água se estendeu até segunda-feira. A Corsan informou que o problema foi elétrico e ocorreu em uma estação de bombeamento da empresa. Auro Schilling afirmou que, no que depender da agência, a Corsan não vai sair impune de mais esse transtorno à população. “Para cada evento de falta de água, nós abrimos um processo com levantamento de dados e que normalmente resulta em multa pela falta de água durante o período que a Corsan deixou em aberto”, explicou.
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Segundo Auro, a fiscalização aos serviços da Corsan em Santa Cruz, que arrecada cerca de R$ 3 milhões ou mais por mês, é permanente. Caso não apresente um plano que seja efetivo para a perda de água, a Corsan pode sofrer uma nova multa em Santa Cruz e também uma nova redução no percentual de reajuste obrigatório em 2021.
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