A Secretaria de Trânsito e Mobilidade Urbana de Santa Cruz do Sul apontou um 2021 com 35% menos autuações do que 2020. Baixou de 5.077 para 3.333. Os números fazem parte do balanço que serve como base para o planejamento de ações para 2022. O titular da pasta, Everton Oltramari, em entrevista à jornalista Maria Regina Eichenberg na Rádio Gazeta FM 107,9, adiantou que uma das medidas para o ano é a inclusão dos 70 integrantes da Guarda Municipal na fiscalização, somando-se aos 18 que já atuam no Departamento de Trânsito.
“Nos últimos cinco anos, a população cresceu 1,5% e a frota aumentou 12%. Então, temos que nos adaptar a isso”, destaca. Explica que a equipe passará por qualificação para a ampliar a atuação. “Isso vai nos dar mais visibilidade, mais potencial para operações, vai nos ajudar muito”, enfatiza. A intenção inicial é atuar no sentido educativo, orientando os motoristas. Maus condutores e infratores, claro, responderão ao rigor da lei.
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A atuação dessa equipe ampliada deve ser, em especial, em datas e horários em que costumam ser registrados acidentes. De acordo com Oltramari, as fatalidades no trânsito santa-cruzense acontecem em fins de semana, em especial nas noites de sexta para sábado. “É um período em que as pessoas ingerem bebidas alcoólicas ou outras drogas e acabam causando acidentes. Por isso temos feito mais operações conjuntas nesses dias”, afirma.
Outra questão que deve ser levada em consideração pela secretaria são pontos específicos de maior acidentalidade. As vias urbanas representam 40% das ocorrências com mortes, tendo maior registro na Independência, Castelo Branco e Euclydes Kliemann. As rodovias BR-471 e RSC-287 e seus entornos, conforme Oltramari, também demandam atenção.
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Multa e custos para abandonados
Uma das iniciativas do Município em 2021 foi a aprovação da lei que regula uma situação considerada problema crônico na cidade: o abandono de veículos. De acordo com o secretário Oltramari, havia 31 nessas condições, que é quando ficam mais de 30 dias parados no mesmo local. A partir da legislação, os proprietários foram notificados. Dezoito já providenciaram a remoção.
Quem não atender à orientação é autuado, tendo que pagar 2 Unidades Padrão Municipal (UPMs), o que equivale a cerca de R$ 750,00. Além disso, recai sobre o dono a responsabilidade de custear a remoção e o depósito. “Pretendemos, até março deste ano, que não tenha mais nenhum veículo abandonado na cidade”, afirma Oltramari.
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A cada dez santa-cruzenses, oito têm veículo
Uma das dificuldades enfrentadas pela secretaria é o significativo aumento da frota em circulação no município. Em 2011, Santa Cruz do Sul tinha cerca de 108 mil habitantes e 70.148 veículos, representando 0,59 por pessoa. Em 2021, a estimativa populacional é de 132.271, com frota de 97.538 (0,73 por pessoa). O secretário Oltramari reforça que esses índices mostram que Santa Cruz tem média maior do que Porto Alegre. “Na Capital, em cada dez pessoas, seis têm algum veículo. Aqui esse número aumenta para oito. Exige mais planejamento e fiscalização no trânsito.”
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Menos autuações, mas mais mortes
Se os números de 2021 podem mostrar um certo alento em relação à quantidade de infrações, com registro 35% menor, não se pode dizer o mesmo quanto à acidentalidade e às mortes. O secretário Oltramari contabiliza, até novembro (último período com apuração completa), 1.472 acidentes, ante 1.495 de todo 2020. Foram 15 e 13 óbitos, respectivamente. “Estamos atentos a isso, intensificando a realização de campanhas educativas, orientação nas escolas e operações integradas com outros órgãos de segurança”, afirma.
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Entende que o plano de mobilidade urbana apresentado pela prefeita Helena Hermany deve representar melhorias para o trânsito, em especial, aos pedestres. “As intervenções preveem maior segurança para os condutores, mas principalmente para os pedestres”, garante.
Entre os motivos que justificaram as 3.333 autuações no último ano estão estacionamento irregular, embriaguez ao volante, uso de celular e desrespeito ao sinal vermelho do semáforo. Em relação às remoções, a queda foi mais expressiva. Em 2020 foram 785, baixando para 377 em 2021. Os agentes de trânsito atenderam a mais de 900 chamadas telefônicas via 118 e promoveram 714 ações de apoio a eventos e obras dentro do perímetro urbano.
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Efeito pandemia na circulação
Parte da redução no número de infrações cometidas em 2021 também pode ser atribuída às restrições de um ano ainda fortemente marcado pela pandemia. Porém, de acordo com o coordenador da Fiscalização de Trânsito da secretaria, Cassiano Rauber, isso se deu somente no primeiro trimestre, período de maior contágio e com visível diminuição no tráfego. “A pandemia não influenciou muito em 2021, pois foi no primeiro trimestre que tivemos uma redução no movimento; depois, normalizou. Os números estão diminuindo ano a ano e isso é resultado de todo um trabalho de conscientização”, explicou.
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