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Agências de viagens enfrentam cancelamentos e remarcações

A pandemia do Covid-19 deve impactar diversos setores da economia brasileira e o turismo já é um dos primeiros a sentir os efeitos causados pelo fechamento de fronteiras e consequente cancelamento de viagens. Dados divulgados pela Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav Nacional) apontam uma taxa de cancelamento de viagens de 85% neste mês.

As principais entidades do setor formalizaram uma carta enviada ao ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antonio, com medidas emergenciais para garantir a sustentabilidade das empresas diante dos impactos do coronavírus.

“É uma situação bem complicada”, avaliou o proprietário da Vamborah Viagens, de Vera Cruz, Felipe Eduardo da Silva. Segundo ele, os clientes que possuem viagens nacionais previstas podem pedir adiamento ou a remarcação da data, se não se sentirem aptos a voar. A situação para viagens dentro do Brasil ainda não é tão ruim quanto para a Itália, que foi muito atingida pela doença, ou para a Disney, já que os parques foram todos fechados. “Caso o cliente que contratou o serviço opte por não fazer a viagem, nós, como agência, sugerimos que não a cancele e sim que a remarque. É uma fase e tudo vai melhorar”, comentou.

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Em Santa Cruz do Sul a situação não é diferente. A consultora de viagens da Matte Viagens, Andréa Matte, analisou que a epidemia “tem um começo e tem um fim”. “Ainda estamos em um momento muito alarmante e preocupados, pois devemos colocar a saúde em primeiro lugar”, afirmou. As companhias aéreas estão divulgando as providências a serem tomadas e permitindo algumas alterações sem o pagamento de multa, para fazer a mesma viagem dentro de alguns meses.

“A gente sempre auxilia nessa hora de fazer o cancelamento, mas muitos estão apenas alterando a data de embarque. Acreditamos que até o final de abril a situação esteja mais controlada”, afirma Andréa Matte.

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Vendas em queda
Algumas agências estão tratando somente de cancelamentos, alterações e remarcações neste momento, como é o caso da proprietária da Única Viagens, Marilice Andréa Hirsch Job. “Caíram drasticamente as vendas, sejam corporativas ou de lazer. De fato estamos há quase 15 dias tratando só dessas negociações específicas”, contou.

Conforme Marilice, as companhias não estão dando conta da demanda, então as agências precisam lidar com os casos individualmente. Ela estimou que os cancelamentos atingiram cerca de 90% das viagens previstas para março e abril. Mesmo pessoas que não fazem parte do grupo de risco e que viajariam para locais onde não houve casos da doença, se recusam a voar. “Sem sombra de dúvida é uma situação sem precedentes, assustadora. Mas é algo onde ninguém tem culpa, ninguém quer abrir mão de seus direitos e as companhias e operadoras não têm como arcar com tudo.”

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