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Ágatha não quer ser mãe

Nossa caçula Ágatha, 4 anos, nutre uma misteriosa adoração por cavalos. Enquanto as irmãs mais velhas têm ursinhos e cãezinhos de pelúcia, Ágatha tem cavalinhos, pôneis, unicórnios e até um pégaso. Seus desenhos animados prediletos sempre têm um ou mais cavalos no enredo e ela já me perguntou por que não criamos um no pátio. E também já escolheu a futura profissão de “cavalgueira” – ou cavaleira, na tradução literal para a língua dos adultos.

Sempre tivemos cães em casa – hoje são quatro – e, portanto, não nos surpreende a paixão da Isadora, a mais velha das nossas gurias, por cachorros. Mas intriga a predileção da Ágatha por cavalos, pois nunca tivemos muita ligação com esta espécie. Tenho um profundo respeito e muitos amigos na esfera do tradicionalismo, mas não frequentamos CTGs e nunca me ocorreu a ideia de cavalgar. Não sabemos, portanto, a origem da paixão da Ágatha pelos equinos. Talvez seja influência daquela amiga imaginária com quem ela anda conversando…

O fato é que, em função do amor aos cavalos, Ágatha já descartou a possibilidade de ser mãe. A questão nos foi posta na semana passada, quando a aproximação do Dia das Mães trouxe o assunto à tona. Após interrogar a Patrícia demoradamente sobre as peculiaridades de ser mãe, a caçula concluiu que é impossível conciliar a profissão de “cavalgueira” com a maternidade. Explicou que, em seu futuro emprego, terá que passar o dia cavalgando pelos campos, laçando bois desgarrados ou levando mensagens de um lado para outro. “Não haverá tempo para cuidar de um bebê”, argumentou.

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Enfim… Ágatha é uma criança de 4 anos que sonha com uma profissão antiga e sofre com os dilemas da mulher moderna. Que lição tiramos disso? Não faço ideia e nem pretendo divagar sobre o tema. Afinal, andaram dizendo por aí que as minhas crônicas só tinham graça por conta das histórias da Ágatha e que eu poderia guardar para mim os meus devaneios filosóficos, desde que continuasse contando os causos da caçula neste espaço. Desejo atendido, caro leitor.

Aliás, quase esqueço de contar como terminou a conversa acima. Ainda intrigado com a tal profissão de “cavalgueira”, perguntei se não era um trabalho difícil, se andar a cavalo o dia todo não causaria dores pelo corpo. Ágatha então discorreu sobre a importância de se escolher uma boa sela e jamais montar o cavalo em pelo. “Se não, dói a bunda”, salientou.

Já tem gente dizendo que eu deveria publicar um livro com os “causos” da Ágatha. Não descarto, mas ainda estou focado no lançamento do meu último livro. Quer saber mais? Acesse ricardoduren.wordpress.com, pois acabou, aqui, o espaço para escrever.

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