Afubra paga R$ 36,9 milhões em indenizações por granizo

A Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) deu início ao pagamento das indenizações aos produtores que fazem parte do sistema mutualista. O desembolso de R$ 36,9 milhões, feito na última terça-feira, 18, corresponde a quase 50% do total de R$ 81 milhões contabilizado com perda pelos temporais de granizo até o momento. Como existem áreas de plantio tardio a colher, o valor final ainda pode aumentar.

O tesoureiro da Afubra, Marcílio Laurindo Drescher, contou que os pagamentos são feitos conforme o produtor vai acertando o valor contratado. “A quitação das ordens de pagamentos dos nossos associados está bem adiantada. Por isso, a diretoria decidiu quitar este lote, que concentra os maiores valores”, explicou.

Até o momento mais de 20 mil produtores associados foram atingidos pelo granizo na safra 2019/2020 e o total estimado em pagamentos do sistema mutualista fica na casa dos R$ 81 milhões. A quantidade de lavouras atingidas, assim como o valor destinado para os pagamentos dos seguros, é semelhante aos resultados do ano passado.

O critério de pagamento das indenizações leva em conta a data de quitação – por parte do produtor – da ordem pagamento. “Todos que pagaram até a última semana já entraram no pagamento que foi realizado na última terça-feira. Na próxima quarta-feira, 26, após o Carnaval, ocorrerá mais um lote de quitação”, destacou o tesoureiro da Afubra.

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Drescher revelou que ainda há tabaco a ser colhido em lavouras do Sul do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Por conta destas colheitas tardias, e da iminência de novos temporais durante o verão, ainda poderão ocorrer perdas por granizo. O sistema da Afubra indeniza o produtor por folha perdida durante uma chuva de pedras de gelo. “As principais perdas nesta última safra ocorreram no Paraná, na região de Rio Negro e Imbituba”, acrescentou.

O pagamento ocorre de forma escalonada. Conforme vai entregando o tabaco da safra, o produtor vai recebendo pelo produto e dá início ao pagamento de insumos e do mutualismo. Quem vendeu primeiro e já recebeu pela safra, também já quitou a cota do sistema para este ano. A quitação ocorre de duas formas, via banco. É feito um depósito na conta do produtor, informada por ele à associação. A segunda opção também é via depósito, porém na conta integrada da empresa com a qual o produtor negocia a safra de tabaco.

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Em Formosa, perda de cinco folhas por pé
A família de Dionas Gilberto Schroeder está na lista dos beneficiários do sistema mutualista da Afubra. No dia de 18 de setembro do ano passado, uma chuva de granizo na localidade de Formosa, no interior de Vale do Sol, levou em média cinco folhas de cada pé de tabaco. É em cima deste cálculo que é feita a contabilidade da cobertura.

“Nós perdemos, em média, de cinco a seis folhas de tabaco por pé naquela granizada”, disse o produtor. Em 8 hectares, a família planta em média 129 mil pés. “Atingiu uma grande parte da produção que já estava com folhas”, acrescentou Schroeder.

Schroeder, que planta tabaco há mais de 20 anos, contou que nos últimos cinco tem percebido a incidência de granizo com maior frequência sobre a sua lavoura. “Todos os anos torcemos para não ter perda total, para evitar um prejuízo na produção do tabaco.”

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