Agronegócio

Afubra iniciará pagamentos por danos causados pelo granizo na safra de tabaco 2024/2025

Os pagamentos do Sistema Mutualista da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) aos associados que sofreram danos por granizo na safra 2024/2025 iniciam nesta terça-feira, 25. Serão mais de R$ 72 milhões nesta primeira semana de repasses e o valor contabilizado até o final da semana passada (21 de fevereiro) era de R$ 167.483.186,00, mas pode aumentar, pois 7% da safra ainda está na lavoura e sujeita a intempéries.

Segundo o tesoureiro da Afubra, Fabricio Murini, os primeiros associados a receberem são aqueles que pagaram a mutualidade à vista e os que quitaram sua ordem de pagamento (OP) junto à empresa integradora, por meio do Sistema Integrado de Produção de Tabaco (SIPT). Na sequência, haverá pagamentos semanais até atingir a totalidade de associados que sofreram danos por granizo.

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Já os pagamentos dos valores referentes a queima de estufas e auxílio funeral são repassados na sequência à solicitação, durante o ano, conforme ocorrem os sinistros. Na safra 2024/2025 já foram pagos mais de R$ 16 milhões referentes a danos por queima de estufa. Em relação ao auxílio funeral dos associados e cônjuges, foram pagos mais de R$ 9 milhões. “Totalizando os valores, os repasses ultrapassarão R$ 97 milhões no decorrer desta semana”, explica Murini.

Mesmo com números vultosos, os danos por granizo estão dentro da normalidade. Comparando com a safra 2023/2024, que teve repasse de mais de 215 milhões só em auxílio a danos por granizo, os pagamentos são significativamente inferiores. “Em decorrência do El Niño e outros fatores, os índices foram bastante expressivos. Foi uma das diferenças mais elevadas na comparação entre o número de atingidos e o total de inscritos”, diz o tesoureiro da Afubra referindo-se à safra anterior.

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Por estados, o Rio Grande do Sul teve 9.016 propriedades atingidas por granizo, Santa Catarina teve 3.265 ocorrências e o Paraná somou 5.337. Até o momento são 17.618 lavouras atingidas com 93% da safra colhida. “Na safra passada, foram mais de 36 mil lavouras atingidas”, compara Fabricio Murini. “Nossa torcida é que todos os produtores façam uma boa colheita e não precisem usar os auxílios, mas quando acontecem danos, a Afubra está aí para amparar e atender da melhor forma os associados”, acrescenta.

Em relação às regiões mais atingidas por granizo na atual safra, a principal foi a de Imbituva e Irati, no Paraná, com danos em 5.139 lavouras. “Devemos levar em conta que é a região onde temos o maior número de associados”, explica Murini. Em segundo lugar está a região Sul gaúcha, com 4.664 atingidos em Camaquã, São Lourenço e Canguçu. E a região de Santa Cruz do Sul e Venâncio Aires, no centro do Rio Grande do Sul, somou 3.096 danos em lavouras.

Comercialização

A comercialização da safra 2024/2025 está um pouco mais lenta do que em anos anteriores. Fabricio Murini aponta como possíveis motivos o acordo sobre o preço do tabaco com apenas duas empresas e à legislação de classificação do tabaco nas propriedades. “O atraso na decisão de parte dos produtores de fazerem a comercialização ocorre no Rio Grande do Sul. Já em Santa Catarina e Paraná, a comercialização está mais dentro da normalidade. A partir da classificação na propriedade, o produtor não corre risco de não haver acordo na esteira da empresa e ele precisar arcar com as custas do transporte de retorno da produção para a sua propriedade” ressalta.

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Custo de produção

Conforme Murini, há quatro anos, a variação do custo de produção é feita em conjunto com as empresas, mas as negociações nem sempre evoluem. Não é isso que o Sistema Integrado rege e, nas próximas semanas, possivelmente vamos reunir nossa comissão de representação dos fumicultores para tomar um posicionamento. Ele aponta como fato significativo do custo de produção a redução no valor do pacote de insumos, especialmente dos adubos de base de cobertura, o que fez com que a variação do custo de produção, entre uma empresa e outra, ficasse entre 6,8% a 10,55%.

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Ricardo Gais

Natural de Quarta Linha Nova Baixa, interior de Santa Cruz do Sul, Ricardo Luís Gais tem 26 anos. Antes de trabalhar na cidade, ajudou na colheita do tabaco da família. Seu primeiro emprego foi como recepcionista no Soder Hotel (2016-2019). Depois atuou como repositor de supermercado no Super Alegria (2019-2020). Entrou no ramo da comunicação em 2020. Em 2021, recebeu o prêmio Adjori/RS de Jornalismo - Menção Honrosa terceiro lugar - na categoria reportagem. Desde março de 2023, atua como jornalista multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, em Santa Cruz. Ricardo concluiu o Ensino Médio na Escola Estadual Ernesto Alves de Oliveira (2016) e ingressou no curso de Jornalismo em 2017/02 na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Em 2022, migrou para o curso de Jornalismo EAD, no Centro Universitário Internacional (Uninter). A previsão de conclusão do curso é para o primeiro semestre de 2025.

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