O cancelamento da 20ª Expoagro Afubra foi anunciado pela Associação dos Fumicultores do Brasil na tarde da última sexta-feira diante da emergência de saúde pública decorrente do novo coronavírus. A medida veio a público a menos de uma semana para o início da feira, que aconteceria entre esta quarta-feira, 18, e sábado, em Rio Pardo.
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O coordenador da Expoagro Afubra, engenheiro agrônomo Marco Antonio Dornelles, ressaltou que a organização estava preocupada e monitorava a situação da pandemia no Brasil. A escolha pela suspensão das atividades aconteceu em consonância com os patrocinadores do evento.
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O dirigente contou que de quinta para sexta-feira a organização começou a receber notícias do cancelamento de empresas expositoras, excursões e órgãos estaduais, também preocupados com a disseminação do vírus.
“Estaríamos trazendo um grande número de produtores que não têm contato com os grandes centros e, ao mesmo tempo, expositores vindos desses locais. Ainda existem algumas pessoas que acham que foi precipitado, mas não temos dúvidas de que nossa decisão foi acertada.” Para Dornelles, todas as medidas de biossegurança adotadas são necessárias para evitar que aconteça no Brasil o mesmo que em outros países.
Até o momento, a Afubra não tem uma projeção sobre o volume das perdas com o cancelamento. “Os prejuízos ainda são imensuráveis.” Conforme Dornelles, atualmente a organização realiza contatos com todos os prestadores de serviços. “Vamos honrar tudo o que temos nos contratos e devolver todos os valores de locação, assim como os patrocínios”, reiterou.
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Além disso, o coordenador da Expoagro Afubra lembrou que os expositores também contabilizam as despesas, como os valores investidos para estruturação dos estandes no parque e da impossibilidade das vendas dos produtos que seriam expostos aos visitantes da feira.
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E A FEIRA DE 2021?
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A organização da Expoagro não tem detalhes sobre a edição do próximo ano. “Ainda estamos apagando incêndio. Nunca tínhamos vivido uma situação como essa, uma medida de saúde pública”, destacou o coordenador Marco Antonio Dornelles.
Sobre o aniversário de 65 anos da Afubra, que seria comemorado neste sábado, durante a feira, igualmente não há definições. “Talvez façamos alguma comemoração interna, mas ainda não tomamos uma decisão, vamos definir ao longo desta semana. Não podemos fazer aglomeração de pessoas, seria um contrassenso.”
Com a ampliação do Pavilhão das Agroindústrias Familiares, eram esperados na Expoagro deste ano 217 agricultores, divididos em 199 estandes. Os produtores familiares estão entre os expositores afetados com o cancelamento da feira. No entanto, para o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag/RS), Carlos Joel da Silva, a medida adotada foi a mais sensata. “A diretoria da Afubra pensou na vida das pessoas, o que é o mais importante.”
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Ele também contou que as famílias criaram estoques para as vendas na feira, o que torna os prejuízos inevitáveis, especialmente para quem produz derivados de lácteos e embutidos, que têm menor durabilidade.
O dirigente contou que somente um empresário rural do litoral gaúcho preparou uma tonelada de rapadura, já que na última Expoagro vendeu três vezes mais do que na Expointer. “Estava contando com as vendas, até para pagar o financiamento do Pronaf que vai vencer na próxima semana.”
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Impressões de quem esteve lá
O colunista da Gazeta do Sul e produtor de tabaco Giovane Luiz Weber visitou nessa terça-feira, 17, a estrutura do Parque de Exposições da Expoagro Afubra, em Rincão Del Rey, Rio Pardo. Ao percorrer as ruas e lavouras desertas, destacou o sentimento de impotência diante do cenário.
“Ver as estruturas meio montadas e meio desmontadas, sem a circulação de pessoas em uma data na qual os preparativos finais estariam intensos, deu uma sensação de fim de mundo”, comparou. No entanto, o fumicultor reforçou ser totalmente favorável à postura adotada pela organização da Expoagro Afubra.
“Em tempos de coronavírus, seria imprudente reunir tantas pessoas, de diversas partes do país, em um mesmo espaço.” Weber ainda elogiou as plantações em todo o parque, em especial a lavoura de girassóis. “Infelizmente, este ano o público não poderá conferir toda essa beleza.”
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