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Afinidade entre pai e padrasto favorece elo familiar

Quando o pai e o padrasto se encontram, a Física abre uma fresta para o amor entrar. Se é certo que dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço ao mesmo tempo, eles podem, ao menos, encontrar o encaixe que Lucrécio e Lennom já estabeleceram para a família deles. Esse vai ser um Dia dos Pais feliz para os dois.

O engenheiro Lucrécio Brasil Ribeiro de Azevedo Junior foi casado com a coach de carreira Leticia Carneiro da Silva por 22 anos. Desse casamento, nasceram Leonardo, de 14 anos, e Olivia, de 10. Quando a separação chegou, os dois concordaram que estavam tomando essa atitude para “serem mais felizes” – e que essa felicidade dependeria do bem-estar dos filhos. “Eles (os filhos) nunca tiveram de escolher entre pai ou padrasto. Não tem disputa. Cada um pode ter um papel na vida das crianças”, conta Leticia.

E assim foi quando o iluminador cênico Lennom Lence entrou na vida de Leticia. Não houve nenhuma tempestade familiar. Olivia foi quem resistiu um pouco mais à presença de “um novo elemento” no enredo cotidiano, mas nada que não fosse contornável. “A empatia com o ex-marido da Leticia aconteceu logo de cara. Ele é muito bacana e muito presente também”, afirma Lence. “Aos poucos, a gente começou a trocar mais ideias e a se tornar amigo.”

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Como Ribeiro e Leticia ainda moram perto um do outro no Cosme Velho, zona sul do Rio de Janeiro, a convivência em família é intensa. A intimidade entre eles já permite momentos de descontração, como o vascaíno Lence brincar com Ribeiro sobre a performance do América-RJ. Ou o suficiente para descobrirem afinidades, como um gosto um cinematográfico peculiar pelos filmes dos anos 1980 e 1990. “Dia desses, a gente descobriu que gosta de um filme meio suspense, meio comédia chamado A Hora do Espanto”, conta Lence.

Ribeiro defende que um segredo do bom relacionamento é explicitar as questões que vão aparecendo ao longo do tempo, como se é legal o padrasto pegar as crianças na escola ou até que ponto vai a interferência na educação. Neste Dia dos Pais, as crianças vão passar com Ribeiro. A decisão foi natural e sem nenhum tipo de drama. “O Lennom é uma ótima influência para os meus filhos. E tem um papel importante na vida deles. Não precisa ser um segundo pai para ser importante”, diz Ribeiro.

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Caipirinha

A cena do ex-marido preparando caipirinha para o atual até causou espanto nos convidados de uma festa, mas a surpresa foi de quem ainda não conhecia o bom relacionamento entre Venícius Reis, ex-marido de Letícia Bizigatti, e o atual, Carlos Roberto Barbosa da Rocha. “Desde o começo, quis que o Venícius me conhecesse, que tivesse confiança em mim. Mesmo antes de conhecê-lo, já o admirava. Letícia sempre falou de como ele é um pai presente e importante na educação dos filhos. Também tenho filhos de outro casamento e entendo bem essa situação”, afirma Rocha. 

Venícius conta que desde o início ele e a ex-mulher prometeram jamais colocar os filhos um contra o outro. “Nós desenvolvemos um relacionamento baseado no bem-estar dos filhos. Vejo que com o Carlos eles estão bem acolhidos. Acho que tratá-lo como um segundo pai é positivo e saudável”, diz Venícius.

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Já a história do empresário Cadu Correa não teve o início muito promissor. O ex-marido de sua mulher, um inglês, não recebeu muito bem a entrada de um outro personagem na vida do filho. “No início, tinha aquela coisa de falar mal de mim para a criança. E tivemos uma conversa franca sobre isso. Deixamos as coisas bem claras e retomamos o relacionamento em um outro nível.”

Depois dessa “conversa franca”, a situação dos dois mudou. Embora Richard, o inglês, tenha se mudado para Londres, o diálogo entre eles evoluiu. “Este ano Ricardinho (filho) foi para a Inglaterra para passar as férias com o pai. E tudo aconteceu com tranquilidade. Hoje não somos próximos, mas nos respeitamos”, afirma Correa.

Especialistas

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A terapeuta familiar Roberta Palermo afirma que o pior a se fazer nesse tipo de relação é “forçar a barra”. “É claro que para a criança o bom relacionamento entre pai biológico e padrasto é importante, mas não pode ter uma obrigação por trás disso. Não acho bom forçar a barra com a presença de pai e padrasto em festas e eventos sociais, por exemplo. As crianças também podem se sentir constrangidas se não for algo natural.”

Fundador de uma plataforma de conteúdo sobre formação parental, o 4daddy, Leonardo Ziotto cita o próprio exemplo para mostrar como a relação pai, padrasto – que ele chama de pai afetivo – e enteado pode funcionar. “Aqui em casa, construímos uma dinâmica diferente. Apelidamos de família mosaica. Tem um ditado antigo que fala mais ou menos assim: ‘Precisa-se de toda uma aldeia pra se cuidar de uma criança’. E acho que somos isso.” 

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Naiara Silveira

Jornalista formada pela Universidade de Santa Cruz do Sul em 2019, atuo no Portal Gaz desde 2016, tendo passado pelos cargos de estagiária, repórter e, mais recentemente, editora multimídia. Pós-graduada em Produção de Conteúdo e Análise de Mídias Digitais, tenho afinidade com criação de conteúdo para redes sociais, planejamento digital e copywriting. Além disso, tive a oportunidade de desenvolver habilidades nas mais diversas áreas ao longo da carreira, como produção de textos variados, locução, apresentação em vídeo (ao vivo e gravado), edição de imagens e vídeos, produção (bastidores), entre outras.

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Naiara Silveira

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