No próximo dia 15 de novembro, os santa-cruzenses terão que optar entre mais de 250 nomes para eleger as 17 pessoas que vão integrar a Câmara pelos próximos quatro anos. Com 15 candidatos por vaga, é a eleição mais disputada da história do Legislativo e ocorre após um ciclo marcado por denúncias de irregularidades que levaram à cassação e prisão de parlamentares. As reais funções e os limites da atuação dos vereadores, no entanto, ainda são confusos para boa parte da população.
Elo mais próximo das comunidades com o poder público, o vereador tem como missões fundamentais discutir e votar projetos encaminhados pela Prefeitura, propor leis e fiscalizar o governo. Existem, porém, restrições: ele não pode, por exemplo, apresentar projetos que gerem despesas para o governo. “Quem cria investimento, como concurso, escola ou unidade básica de saúde, é o prefeito, que envia projeto para a Câmara Municipal apreciar e votar”, observa o cientista político Rudá Guedes Ricci.
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Conforme Ricci, embora sejam frequentes situações de vereadores que mantêm relações clientelistas com os eleitores – fazendo favores como caronas para consultas e obtenção de cargas de materiais –, isso configura um desvio da função legislativa. “Vereador fiscaliza o prefeito e faz consultas à população via audiências públicas. Contudo, por falta absoluta de formação ou esperteza, ficam nesse atendimento cartorial, que não altera a realidade, mas alimenta seu curral eleitoral”, analisa.
Segundo o especialista, para fazer um voto qualificado, o eleitor deve se interessar pelo passado dos candidatos e observar se eles têm propostas concretas. Na avaliação de Ricci, existem riscos na rejeição generalizada do eleitorado à política. “Os relatos sugerem um desencanto gigantesco que poderá bater recordes de abstenção ou votos nulos”, alertou.
Analisar projetos da Prefeitura
A Câmara discute e vota os projetos encaminhados pela Prefeitura, incluindo as leis orçamentárias anuais.
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Propor leis, mas com restrições
Os vereadores também podem propor leis, desde que não criem despesas para o Executivo. Um vereador não pode apresentar um projeto prevendo a construção de um posto de saúde ou de escola, por exemplo. Quem cria investimentos é o prefeito, que envia projeto para a Câmara apreciar e votar. Entre as leis de autoria de vereadores que entraram em vigor nos últimos anos em Santa Cruz, estão a que garante prioridade a pessoas autistas no atendimento no comércio e órgãos públicos, e a que proibiu os estabelecimentos de oferecerem canudos plásticos.
Representar a população
Na condição de representantes da população perante o poder público, os vereadores podem pressionar o Executivo para que determinados investimentos aconteçam. Isso pode ser feito por meio de indicações e pedidos de providência, que não têm força de lei.
Ouvir a comunidade
Também cabe aos vereadores promover discussões com a comunidade sobre temas de interesse público, por meio de reuniões especiais e de audiências públicas.
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Fiscalizar o Executivo
Outra função primordial dos vereadores é fiscalizar o Executivo. A eles cabe, por exemplo, julgar as contas do prefeito, com a ajuda do Tribunal de Contas. Os vereadores também podem solicitar informações à Prefeitura e criar comissões parlamentares de inquérito (CPIs) para apurar denúncias.
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