Com cartazes que exibiam fotos da pequena Thayla Emanuelly Alves Godoy e frases que pediam pela “volta” da criança, familiares da bebê de apenas 11 meses protestaram em frente ao Fórum de Santa Cruz do Sul na tarde dessa quarta-feira, 13. O motivo da mobilização foi a retirada de Thayla da casa da mãe, Letícia da Rosa Alves, de 22 anos. A menina, que nasceu com síndrome de malformação congênita múltipla, precisa de uma série de cuidados que, segundo a Justiça, estariam sendo negligenciados pela responsável. Por conta disso, uma medida de acolhimento institucional foi deferida e Thayla foi levada para a Copame.
“Eu estava com ela no colo e eles chegaram na minha casa, sem papel nem nada, e tiraram ela dos meus braços. Nunca maltratei minha filha, passei por um monte de coisas com ela e agora tiraram de mim. Não é justo”, lamentava a mãe na tarde dessa quarta-feira. A avó, Nadir Elci da Rosa, e o avô, Valtair Alves, estiveram ao lado da filha durante a manifestação. Amigos e primos também compartilhavam da revolta da mãe. “Eles disseram que ela era muito nova, que tinha problemas psiquiátricos e que não teria feito algumas vacinas, mas a gente sempre cuidou da Thayla. Eles estão implicando com a minha filha porque ela exigiu nutricionista e uma série de coisas que não estavam nos dando”, comentou Nadir.
Apesar do sentimento da família, a juíza Luciane Morsch Glesse explicou que a decisão foi tomada pelo bem da criança. De acordo com ela, Letícia não estaria aderindo aos tratamentos necessários e Thayla corria risco de morrer. “A primeira medida de acolhimento nós indeferimos, porque sempre entendemos que é melhor a mãe estar com a criança. Mas a Letícia não ia às consultas, não recebia as equipes de saúde em casa e não aderia ao que era recomendado. A mãe também sofre de depressão e não aceitou ajuda para tratar esse problema, então estava inerte diante da situação da filha”, detalhou.
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Segundo a juíza, em uma visita domiciliar no mês de setembro, os agentes encontraram Thayla com 39 graus de febre, sintoma que não havia sido percebido pela mãe. Outra preocupação é que, aos 11 meses, a menina pesa apenas três quilos. “Foi diagnosticado que ela corria risco de óbito, então optamos pelo acolhimento na Copame, mas isso não significa que ela vai ficar afastada da mãe definitivamente. Ela foi retirada de casa para que tivesse chance de sobreviver, e poderá retornar ao lar depois que estiver bem. Acredito que em um outro momento a mãe possa cuidar melhor dela”, disse. O irmão de Thayla, de 2 anos, que não sofre de nenhum problema de saúde, continua aos cuidados da mãe.
Menina está na UTI
Quando chegou à Copame, no último dia 1o, Thayla recebeu atendimento médico e foi diagnosticada com pneumonia. A pequena também estava desnutrida e desidratada. Agora, ela está recebendo tratamento na UTI do Hospital Santa Cruz e recebe visitas da mãe. Por conta da síndrome da qual sofre, a bebê precisa fazer uso de sonda, aspirador elétrico e traqueostomia. Thayla também toma um leite especial e necessita de outros cuidados diários. A pequena nasceu em dezembro de 2018 e passou cinco meses internada em Santa Cruz e Porto Alegre. Em janeiro deste ano, a Gazeta do Sul chegou a publicar uma reportagem sobre a angústia da família para que a menina fosse transferida para a Capital, o que aconteceu no dia 14 daquele mês.
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