O Aeroclube de Santa Cruz do Sul completou 90 anos de atividades. Fundado em 25 de agosto de 1934 pelos amigos Ottmar Reichert, Hugo Reichert, João Carlos Kohlberg, Willy Stahl, Rudolfo Stahl e Lauro João Holst, a instituição alcançou a excelência na formação de pilotos privados, comerciais e instrutores de voo. Com trabalho reconhecido em nível nacional, há alunos oriundos de diversas partes do Brasil.
Conforme o coordenador de instrução Macsuel Durante, 35 alunos práticos estão matriculados nas modalidades oferecidas. Muitos deles vêm de fora, com destaque para Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo. “Os motivos para essa procura externa são a tradição, a qualidade de ensino e também porque conseguimos manter um valor atrativo para a hora de voo.”
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Além de cinco aviões monomotor, o Aeroclube de Santa Cruz conta com um simulador de voo de última geração. A formação começa com o curso de piloto privado, que permite a pilotagem de aeronaves particulares. Para trabalhar na área, é necessário o curso de piloto comercial.
Além das aulas teóricas, os estudantes precisam alcançar um número mínimo de horas de voo para serem considerados aptos a receber a habilitação, comumente chamada de brevê. A partir dela, é possível atuar como piloto de aviões de terceiros ou para companhias aéreas.
O presidente da instituição, Vilson Holsz, diz que o momento atual da aviação é delicado. Ainda assim, o número de interessados tem sido constante e suficiente para manter as atividades. Acerca da infraestrutura do Aeroporto Luiz Beck da Silva, onde o aeroclube opera, ele reconhece que há melhora nos últimos anos, mas é preciso avançar.
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“Uma cidade rica e próspera como Santa Cruz não pode se contentar com o que nós temos hoje”, afirma. Além do grande número de empresas, ele lembra da importância do aeroporto para eventos de nível nacional, como a Stock Car.
Macsuel Durante chama a atenção para a importância do sistema de balizamento noturno, uma demanda antiga. Segundo ele, os matriculados no curso de piloto comercial precisam fazer um determinado tempo de horas de voo noturnas. Para possibilitar isso, as aeronaves decolam de Santa Cruz e pousam à noite em Santa Maria ou Porto Alegre. “Isso gera custos adicionais ao aluno, como a hospedagem e o retorno do avião.”
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Balizamento noturno
Concluído o termo de referência, elaborado pelo engenheiro eletricista Claudio Kaufmann, da Secretaria de Segurança e Mobilidade Urbana, o projeto de Balizamento Noturno para o Aeroporto Luiz Beck da Silva irá para licitação ainda nesta semana. A informação é do secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Cesar Cechinato.
O balizamento noturno compreende a instalação de um sistema de iluminação e orientação, que permitirá o pouso e decolagem de aeronaves durante a noite. Na prática, as luminárias são fixadas no solo, indicando aos pilotos o contorno e os limites da pista. Atualmente, o aeroporto opera somente com voos visuais e que dependem da luz do dia. Com o novo projeto, poderá funcionar 24 horas por dia.
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De acordo com Cechinato, a expectativa é de que as obras comecem nos próximos meses. “O balizamento noturno é um desejo de mais de 30 anos dos entusiastas da aviação. Nos eventos climáticos recentes, se tivessémos o sistema noturno de iluminação, teríamos agilizado muitos dos resgates que eram necessários naquele momento.”
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Estratégico para a economia
Há alguns anos a sociedade civil organizada, empresários e líderes políticos tentam captar recursos federais para a ampliação e qualificação do Aeroporto Luiz Beck da Silva. Há um consenso de que Santa Cruz poderia ser um importante link de acesso da Região Central do Rio Grande do Sul a importantes centros do Brasil e países da América do Sul.
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Conforme o vice-presidente da Associação Comercial e Industrial de Santa Cruz (ACI) e CEO da Imply, Tironi Paz Ortiz, a demanda por um aeroporto regional foi entregue ao vice-governador Gabriel Souza na semana passada, quando ele esteve no município para participar do evento Tá na Hora, realizado pela ACI no último dia 20. Da mesma forma, a entidade encaminhou esse documento a todos os candidatos a prefeito. Além do setor fumageiro, Tironi lembra que muitas outras empresas utilizam aeronaves, entre elas a própria Imply. “O nosso pessoal viaja o mundo inteiro e hoje enfrenta problemas de logística com o fechamento do Salgado Filho”, enfatiza.
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Segundo ele, há demanda entre os empresários locais e regionais. “Certamente, se tivermos um aeroporto com capacidade de angariar aeronaves do empresariado da região e pudermos estimular voos de companhias aéreas, isso vai estimular muito Santa Cruz e a região.” Em razão da proximidade com o Vale do Taquari, ele acredita que os passageiros daqueles municípios também poderiam optar por vir a Santa Cruz em vez de seguir até Porto Alegre.
Tironi entende, no entanto, que é preciso estruturar melhor essa demanda junto ao poder público, no sentido de evidenciar a importância dessa obra para a atração de empresas, geração de empregos e impostos. “Se o setor público der esse passo, a consequência será a instalação de novos empreendimentos e incentivos ao desenvolvimento do turismo.”
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