Polícia

Advogados afirmam que suas assinaturas foram falsificadas por João Riél

A Polícia Civil mantém em curso uma série de investigações que tem o tunense João Riél Manuel Hübner Nunes Vieira Telles de Oliveira Brito, de 31 anos, como alvo. A sua história ganhou repercussão recentemente a partir de uma publicação do santa-cruzense Francisco Kliemann A Campis, de 23 anos. Em longo relato em post no Twitter, o advogado criminalista comentou as suspeitas que recaem sobre João Riél. O post viralizou.

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O tunense vem sendo investigado por supostas fraudes cometidas nos últimos anos, que vão desde plágios de obras literárias até sua atuação como advogado sem possuir inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Recentemente, os agentes descobriram que ações ajuizadas por João Riél no Foro da Comarca de Arroio do Tigre, em que ele pediu indenizações ao INSS para moradores do município, continham assinaturas falsificadas de dois advogados que atuavam em um escritório de Soledade. O caso que envolve o tunense não é novo.

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Em outubro de 2019, a Gazeta do Sul já havia noticiado sua controversa participação em um quadro de perguntas e respostas do programa Caldeirão do Huck, da Rede Globo. As acusações consideradas mais graves, no entanto, recaem sobre supostas falsificações que Riél teria feito em audiências nas quais figurava como advogado em petições iniciais e processos, especialmente contra o INSS. Pessoas que foram ouvidas pela Delegacia de Polícia (DP) de Arroio do Tigre afirmaram que desconheciam a existência de ações judiciais em que apareciam como autores.

Alegaram que jamais assinaram documentos ou outorgaram procurações para Riél, que as assinaturas que estavam nos procedimentos não eram delas, e não sabiam que os materiais que estavam na Justiça continham os seus nomes. Desde então, embora para a Polícia Civil existam indícios consideráveis de falsificação, os documentos foram enviados ao Instituto-Geral de Perícias (IGP). O objetivo é realizar uma análise comparativa entre as assinaturas reais das vítimas e as que constam nos papéis protocolados no Judiciário pelo investigado.

Contudo, no avanço das investigações, novidades foram sendo descobertas pela Polícia Civil. Ao longo dos últimos dias, os advogados que trabalham em um escritório de Soledade, que Riél utilizava para ingressar com as ações que são investigadas, afirmaram em depoimento que também tiveram suas assinaturas falsificadas. “Foi uma situação que nos chamou muito a atenção. Tomamos os depoimentos desses profissionais e eles nos relataram que, como eram procedimentos que não eram digitalizados na época, fizeram uma busca e se surpreenderam com a quantidade de ações”, afirmou a delegada Graciela Foresti Chagas.

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“Em mais de 30 procedimentos, as assinaturas de dois deles estavam falsificadas. Então pediram providências porque, segundo eles, não teriam assinado essas petições e desconheciam a existência desses processos. Não esperávamos é que até as assinaturas dos advogados seriam falsificadas. Com isso, instauramos mais de 30 inquéritos, porque a cada falsificação, em cada um dos processos, temos que realizar uma investigação.”

“Não temos uma versão dele”, diz delegada

Conforme a delegada responsável pelas investigações, o IGP será novamente oficiado para realizar a análise das assinaturas nos documentos. “Com isso, saberemos de forma técnica se, efetivamente, foram assinaturas falsificadas”, salientou Graciela Forest Chagas. Segundo ela, João Riél foi intimado diversas vezes para prestar esclarecimentos, mas nunca compareceu para depor.

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“Uma das advogadas dele foi até a delegacia e disse que ele não iria prestar depoimento. Por enquanto, não temos uma versão dele sobre essas circunstâncias”, explicou Graciela. Em 5 de agosto, ainda no início da repercussão sobre os fatos investigados, João Riél conversou com a Gazeta do Sul.

Ele disse, à época, desconhecer o teor das atuais investigações. Afirmou que ficou sabendo pela imprensa, e que precisava tomar conhecimento do que se tratava antes de falar. Comentou estar surpreso com a repercussão de seu caso, anos depois de os primeiros fatos a seu respeito terem se tornado públicos. “Querem destruir minha imagem, atingir minha família. Não tem outra explicação. Não tem por que trazer uma coisa de anos atrás à tona de novo”, disse o tunense na oportunidade.

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Guilherme Bica

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