Categories: Polícia

Advogado deixa caso após mãe e filha confessarem participação em duplo homicídio

O advogado Jorge Pohlmann, que inicialmente havia ingressado com a defesa no caso do duplo homicídio, ocorrido no interior de Segredo no dia 27 de maio, que vitimou José Darício de Souza, 43 anos, e Mazonde Rodrigues Nepomuceno, 63, decidiu se afastar do caso. Ele afirmou que buscou respostas para o acontecido por acreditar que o fato seria um latrocínio.

Em entrevista ao programa Giro Regional, da Gazeta FM 98.1, na manhã desta segunda-feira, 8, Pohlmann destacou que a família já era sua cliente e que, no início de março, José Darício, a ex-esposa Hulda Maria Lopes de Souza, as filhas Kalinca Lopes e a caçula haviam estado no escritório do advogado para tratar sobre o divórcio e providenciar a partilha dos bens.

LEIA MAIS: “O ser humano é capaz de qualquer coisa”, diz delegada sobre duplo homicídio em Segredo

Publicidade

Pohlmann ressaltou que em março, em virtude da pandemia do coronavírus, o Fórum fechou e ele comunicou que era necessário aguardar a reabertura para propor uma ação. “Passaram-se algumas semanas e passou a haver divergência no primeiro acordo que ambos estavam celebrando. A partir disso, não houve mais conciliação e Hulda e as filhas deixaram a propriedade sem definição em relação à partilha”, disse.

O advogado afirmou que, no dia anterior ao homicídio, José Darício esteve em seu escritório e disse que estava conhecendo outra pessoa e que Hulda também estaria conhecendo alguém. “No dia vindouro, tomei conhecimento através de familiares da própria Hulda de que haviam acontecido os homicídios. Tanto quanto a população regional, eu fiquei chocado e, como todos, queria um esclarecimento, porque tinha convicção de que se tratava de um latrocínio”, disse.

Pohlmann acrescentou que acompanhou Hulda e Kalinca até a Delegacia de Polícia para que elas trouxessem elementos novos para ajudar a polícia no esclarecimento do fato. De acordo com o advogado, que acompanhou o depoimento, Kalinca parecia apresentar sinais de psicopatia.

Publicidade

“A essência do crime é um motivo, e o motivo exposto por Kalinca foi que havia uma apólice de R$ 500 mil para que ela fosse beneficiária exclusiva. A partir da confirmação de que a morte se deu pelo recebimento de seguro, eu já tive as minhas dúvidas, porque, com todo o respeito à condição patrimonial de José Darício, Hulda e familiares, os mesmos não detinham condições financeiras de suportar o pagamento de uma mensalidade de um prêmio de meio milhão de reais. A partir do depoimento dado por ela, me apresentou sinais evidentes de psicopatia, pois tinha oscilações na sua conduta e fala”, afirmou.

LEIA MAIS: Polícia Civil prende ex-mulher de uma das vítimas de duplo homicídio

Conforme Pohlmann, no momento em que Hulda confessou que teria participado das mortes, ele decidiu renunciar à defesa: “Por uma questão de quebra de confidencialidade, imediatamente renunciei a qualquer tipo de trabalho profissional para defender Kalinca ou Hulda. Larguei o caso em respeito a José Darício, tomei a liberdade de sair do caso já no dia subsequente da ação. Essa situação não compactua com meu lado pessoal, nem profissional”.

Publicidade

O advogado, que é pré-candidato a prefeito de Sobradinho, disse que algumas pessoas vinculadas a um segmento eleitoral, segundo ele, usaram o duplo homicídio para fazer desse fato um “palanque eleitoral”. “Através de manifestações na internet vieram denegrir a minha pessoa, a minha família, mas principalmente a profissão que exerço, sem saber que eu já nem estava no caso”, afirmou.

LEIA MAIS: Polícia Civil prende casal suspeito de cometer duplo homicídio

Pohlmann relatou que a filha mais nova de José Darício e Hulda, de apenas 11 anos, também sofreu ataques pelas das redes sociais e esteve em seu escritório após a prisão da mãe e da irmã buscando ajuda. O advogado entrou em contato com familiares e uma tia está abrigando a menina.

Publicidade

LEIA MAISFilha confessou ter planejado a morte do pai, diz delegada

Representação por propaganda eleitoral antecipada

Ainda durante a entrevista, Pohlmann disse que até o momento ainda não foi intimado pela Justiça Eleitoral em relação à representação por propaganda eleitoral antecipada oferecida pelo Ministério Público Eleitoral contra ele. “Eu em momento algum pedi voto ou disse que queria que votassem em mim, inclusive houve outras pessoas que utilizaram o espaço dado pela imprensa. O que eu não concordo é que somente eu receba uma representação para pagamento de multa, se procedente for”, finalizou.

Publicidade

LEIA MAIS: Jorge Pohlmann é pré-candidato a prefeito de Sobradinho pelo PP

TI

Share
Published by
TI

This website uses cookies.