Ao longo da vida, identificamos problemas que se transformam em obstáculos que impedem o atingimento de nossos verdadeiros objetivos. Apesar da repetição resultante da rotina e do comodismo, às vezes somos obrigados a encarar o espelho para concluir: “Aí está você, sua danada… esta eterna dificuldade de buscar ânimo, estímulo e energia para mudar”.
O livre-arbítrio permite “fazer diferente” através de mudanças do cotidiano. Esta, porém, é uma das tarefas mais árduas da vida. As manias estão tão intensamente arraigadas que alterar o simples vira prova de resistência. Pode parecer simplista, mas tente mudar o seu dia a dia em duas ou três coisas. Veremos que automaticamente adotamos comportamentos repetitivos.
A cada amanhecer, despertamos com o propósito de cumprir um ritual que freia a capacidade de realizar uma análise isenta da nossa trajetória terrena. Quando nos damos conta, mais um dia terminou sem qualquer novidade. Nesse período de 24 horas, repetimos iniciativas fracassadas que levam a um inequívoco sentimento de frustração, impotência, autodecepção.
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Ao longo dos mais de 20 meses da pandemia, deparamos com a necessidade de mudar radicalmente de comportamento. Alterações inéditas e inimagináveis até pouco tempo. Isso resultou na eclosão de sentimentos ambíguos. Muita gente ficou surpresa em revelar seu potencial/habilidade para trabalhar em casa, explorando as facilidades do mundo virtual para alterar rotinas.
Outros foram mais radicais. Optaram por mudar de endereço. Muitos fixaram residência, principalmente, no Litoral do Estado ou de Santa Catarina, regiões campeãs de preferência pelo apelo do contato com a natureza, além da possibilidade de adotar hábitos saudáveis e forjar novas amizades. Muitos, no entanto, desmoronaram emocionalmente. Estranho, porém, que não se leia a respeito de estatísticas sobre depressão, alcoolismo, bipolaridade e violência doméstica ao longo da crise sanitária.
Acordar para fazer o certo e o melhor é o pensamento mágico de todos os dias. Romper o imobilismo requer disciplina férrea para renunciar ao comodismo que, no final das contas, leva sempre aos mesmos lugares. Invejo jovens que, indiferentes à pecha de irresponsáveis, renunciam às facilidades para lutar por seus sonhos.
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A idade arrasta consigo a preguiça, a preocupação com os compromissos familiares e financeiros, e nos impõe ao longo dos anos a renúncia aos sonhos. Também promove o arquivamento de projetos e gera frustração e tristeza.
Um amigo, depois de 50 anos de jornalismo, aposentou-se definitivamente e fixou residência em Florianópolis. “Um sonho de décadas que vira realidade”, confidenciou. Admiro a determinação. E lamento minha covardia de seis décadas.
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