A discussão sobre a transferência do Santuário de Schoenstatt terá seu próximo capítulo na quinta-feira, 18. A audiência que estava prevista para ocorrer no Ministério Público de Santa Cruz do Sul nessa quinta-feira, 11, acabou sendo adiada porque o advogado que representa o Instituto Secular das Irmãs de Maria, que administra o santuário, está em quarentena, por causa da Covid-19.
Em outubro do ano passado foi iniciada a mudança da estrutura, da área à margem da BR-471 para uma residência na Rua Thomaz Flores, no Centro da cidade. A ação causou a revolta de um grupo de fiéis, que se manifestou contrariamente à mudança e cobra a manutenção do santuário em seu local original, inaugurado em 1977 em uma área doada pela Prefeitura de Santa Cruz do Sul.
À época, a condição foi que se mantivesse no local um centro religioso. Também um abaixo-assinado com quase 2 mil assinaturas foi enviado ao Ministério Público para pressionar pela reversão da situação. A iniciativa partiu do Conselho Municipal de Turismo (Comtur).
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Promotoria e Prefeitura defendem acordo
As Irmãs do Movimento Apostólico de Schoenstatt reclamam da falta de segurança no local, um terreno de 13,5 hectares no Bairro Santuário que, antes do início da mudança, abrigava apenas duas religiosas. A prefeita Helena Hermany, em dezembro do ano passado, já havia se manifestado pela manutenção do santuário à margem da BR471, cumprindo o que foi firmado em contrato na data do repasse da área pública ao grupo religioso. A prefeita se dispôs a utilizar a Guarda Municipal para aumentar a segurança do local, inclusive com a colocação de um posto fixo com vigilância 24 horas.
Apesar das possibilidades apresentadas, o Movimento Apostólico de Schoenstatt argumenta que a decisão pela mudança vem sendo explicada aos fiéis já há muito tempo, inclusive em reuniões internas. As irmãs alegam que boa parte dos religiosos que frequentam o santuário é favorável à mudança e que a transferência para o Centro é um modo de alcançar mais pessoas, já que a área na rodovia é um local distante e perdeu ainda mais movimento com a pandemia.
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A intenção seria vender o terreno, avaliado atualmente em cerca de R$ 1 milhão, para adquirir uma nova área, em local ainda desconhecido, onde o santuário seria reinaugurado. Em uma página no Facebook, o movimento publicou vídeos com manifestações favoráveis à troca de local.
O assunto chegou a ser debatido em uma reunião na Câmara de Vereadores em dezembro do ano passado, sem a participação das irmãs, que alegaram impossibilidade de comparecer. O promotor de Defesa Comunitária, Érico Barin, apontou que, a princípio, o MP é contra a venda de uma área doada pelo Poder Público com um fim específico. O objetivo é reunir as partes para alcançar um acordo que beneficie a população e mantenha a segurança das religiosas.
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