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MARCIO SOUZA

Adeus, meu amigo Tom!

“Eu e meu gato; ele na cama, eu no telhado. Ele sem as botas e eu sem grana!” Esse trecho de uma música cantada por Rita Lee esteve em muitas postagens de minhas redes sociais. Não faço ideia de quantas. Cada uma delas foi para mostrar mais um registro do Tom, ou Tonzinho, como passou a ser chamado o persa, cinza, que aos três meses ingressou em minha vida. No próximo 6 de janeiro, completaria 18 anos.

Tonzinho, no meio da última semana, ficou meio cambaleante, parecia mais fraco, até que tombou. E não conseguiu levantar novamente. Ao meio-dia, quando fui almoçar, conversei com ele e disse que tinha sido um grande parceiro, que sabia que 18 anos para um felino como ele, mesmo que nunca tenha tido problemas de saúde, é algo expressivo. Agradeci pela amizade e me despedi. No meio da tarde, foi a vez dele despedir-se. Foi-se o Tonzinho.

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Não sei se existe um céu de gatos, mas se existir, ele chegou e dominou o espaço. Comigo, quebrou muitos paradigmas como felino. Trocava carinho, “amassava pãozinho” – quando mexe com as mãos como se estivesse amassando pão –, miava quando chegava o horário de retornar para casa, e adaptou-se de forma brilhante a todo novo endereço – e foram alguns nesses quase 18 anos.

Tom viu quase todas as maiores conquistas de minha vida. Viu comemorar vitórias, assim como acompanhou momentos tristes, em especial, quando é o momento de desabar em casa das agruras do dia. Para quem vive sozinho, as paredes são parceiras; para quem tem um Tonzinho em sua vida, a carinha de poucos amigos, com aquele mundo de pêlo e até um toquezinho com a pata, como se fosse uma forma de consolar.

E não se trata de um apego fácil, porque não sou de me apegar facilmente, e porque tenho asma e rinite, duas condições inimigas dos bichanos. Mas ele teve uma capacidade de atrair minha atenção, de mostrar-se companheiro, que não passou pela cabeça outra situação que não continuar até que a morte nos separasse. Ela chegou, Tonzinho, meu amigo. Não vou dizer que foi fácil. Bem pelo contrário. Foi difícil pra caramba.

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Para amenizar, foi em uma semana de correria no trabalho, em função das eleições, fazendo com que a cabeça fosse ocupada por outros assuntos, mas não faltaram momentos para lembrar que aquele ser que esperava a minha chegada nos últimos 18 anos não estaria mais lá; as roupas não estarão mais cheias de pelugem, não será mais necessário comprar areia, nem ração para gatos; a escovinha pode ser doada, enfim, não está mais em casa o Tonzinho com seu ronronar.

O que me resta dizer? Obrigado, meu amigo! Você pode, como diz a música, estar sem botas e eu sem grana, mas vivemos mais do que bons momentos!

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