A greve do magistério estadual continua. A decisão saiu na manhã dessa terça-feira, 31, em assembleia estadual do Cpers/Sindicato realizada na Praça da Matriz, em Porto Alegre. Contudo, o número de professores mobilizados diminuiu na região. Segundo levantamento da 6ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), 10% dos educadores continuam em greve. Já de acordo com o Cpers, o índice chega a 25%. No fim de setembro, o movimento chegou a ter 70% de adesão.
A unanimidade na decisão de manter a greve, segundo a diretora do 18º Núcleo do Cpers, Cira Kaufmann, mostrou que, mesmo com um menor número de participantes, a mobilização continua forte. “É uma greve histórica. Não ficou em apenas uma região, mobilizou professores do Estado todo”, comentou. Para Cira, foi a força do movimento e o apoio da comunidade que levaram o governo estadual a, pela primeira vez, apresentar uma data para o fim do parcelamento dos salários.
Mobilizada há 57 dias, a categoria não aceitou integralmente a proposta oferecida pelos secretários da Casa Civil, Fábio Branco, e da Educação, Ronald Krummenauer, na última segunda-feira. Isso porque o governo condicionou o recebimento em dia, a partir de dezembro, ao sucesso da operação da venda de ações do Banrisul na Bolsa de Valores e da adesão do Rio Grande do Sul ao Regime de Recuperação Fiscal dos Estados do governo federal.
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Conforme Cira Kaufmann, esse item – o principal da proposta apresentada pelo Estado – foi totalmente rejeitado e não passará por uma avaliação do sindicato. A entidade não concorda com a renegociação da dívida com a União e com a venda de ações do Banrisul. “Primeiro: são coisas que não dependem do funcionalismo. A renegociação empurra a dívida para outro governador e congela nosso salário. E o Banrisul é patrimônio dos gaúchos, não pode ser vendido”, defendeu.
Os outros dois itens da proposta – a retirada da PEC 257, que prevê o parcelamento do décimo terceiro salário e a alteração do dia de pagamento dos servidores; e a manutenção dos grevistas contratados – vão ser analisados pelo sindicato, já que são favoráveis à categoria e estavam entre as reivindicações dos professores.
“Vamos avaliar e, nos próximos dias, levar uma contraproposta ao governo”, afirmou a diretora do 18º Núcleo. Para a próxima semana, estão previstas ações para recolhimento de assinaturas da comunidade e moções de apoio em Câmaras de Vereadores da região, para que sejam entregues a deputados da base do governo.
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