Segue gerando repercussão o caso de suposta injúria racial proferida contra um adolescente de 17 anos na noite de 25 de janeiro, em Santa Cruz do Sul, durante uma partida de basquete na quadra que fica no interior do Parque da Oktoberfest, próximo ao portão da Avenida Independência. Em entrevista na última quinta-feira, 31, o rapaz, que toca tambores no Templo de Umbanda Pai Ogum Beira-Mar e Mãe Oxum, revelou que foi chamado de macaco por um homem e registrou ocorrência. “Espero que Santa Cruz faça justiça”, disse ele, na oportunidade.
Nessa sexta-feira, 2, foi a vez de o jovem de 22 anos, acusado de ter sido o autor da injúria racial, procurar a Gazeta do Sul para dar sua versão dos fatos. Segundo o rapaz, que mora próximo ao Centro, nos últimos dias, mesmo com o caso ainda sob investigação, ele recebeu uma série de ameaças nas redes sociais. “Isso aí acabou destruindo minha vida. Não consigo mais sair direito, pedi demissão do meu trabalho, mal durmo. Algumas pessoas vêm fazendo ameaças, compartilhando minhas fotos, também minha com o meu avô, o que me machucou muito. Estão dizendo que vão me pegar, dar uma surra e depois fazer parecer que foi acidente”, disse o jovem.
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Em virtude das ameaças, ele registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA). O rapaz de 22 anos admitiu que houve um desentendimento na quadra, onde ele estava com um amigo, de 24 anos, contra o adolescente de 17. “Teve estresse, mas não disse nada. Ele discutiu com meu amigo quis começar a discutir comigo, e me chamou de ‘bicha’”, contou o jovem, fazendo referência a um termo homofóbico que o adolescente teria proferido.
“Ele veio na minha direção. Eu não ia levar primeiro, por isso acertei um soco na lateral do rosto, não no olho, como ele disse.” Na saída do adolescente, o jovem de 22 anos admite que provocou, dizendo para ele voltar ao local se fosse homem, mas alegou não tê-lo chamado de macaco. Ele afirmou ainda que um quarto jovem, de 19 anos, teria inventado essa história para o adolescente. “Eu não disse nada, e mesmo se eu tivesse dito, de onde esse rapaz que me acusou estava sequer conseguiria ouvir, de tão longe. Foi esse outro cara que inventou isso.”
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Perguntado sobre o que espera do caso, o rapaz afirmou que por ele teria um desfecho bem simples. “Era só cada um pedir desculpas para o outro e estava resolvida a situação.”
A Gazeta do Sul confirmou que a ocorrência de lesão corporal com injúria discriminatória de fato complementar, feita pelo jovem de 17 anos, está sendo investigada pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), enquanto a de ameaça registrada pelo rapaz de 22 está sendo analisada pela DPPA. Os nomes dos jovens envolvidos no caso foram mantidos em sigilo pelas autoridades policiais.
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