Polícia

Acusado de gravar execução brutal, Máscara será julgado nesta quinta

O desfecho de um homicídio brutal registrado em Santa Cruz do Sul, com direito a gravação da execução, será definido na tarde desta quinta-feira, 4. Maicon Robson Schmidt – também chamado de Máscara no submundo do crime –, de 37 anos, será julgado no Tribunal do Júri pelo assassinado de Alexsandro Luis dos Santos Mello, conhecido como Abelardo, de 18 anos.

A sessão começará às 13h15 e será presidida pela juíza Márcia Inês Doebber Wrasse. Um forte esquema de segurança foi montado para levar o réu ao Fórum de Santa Cruz. Agentes da Divisão de Segurança e Escolta (DSE) do Núcleo de Segurança e Disciplina (NSD) da Polícia Penal farão o transporte de Máscara da Penitenciária Modulada Estadual de Charqueadas até o Tribunal do Júri.

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Autor da denúncia, o promotor Flávio Eduardo de Lima Passos representará o Ministério Público. A acusação é de homicídio duplamente qualificado, com as qualificadoras – dispositivos que podem ampliar a pena – elencadas por motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima. O defensor público Arnaldo França Quaresma Júnior fará a defesa de Máscara no julgamento.

Estão previstos os depoimentos do delegado regional Luciano Menezes e do delegado responsável pela 2ª Delegacia de Polícia (2ª DP), Alessander Zucuni Garcia. O delito a ser analisado pelo conselho de sentença aconteceu na madrugada do dia 1º de janeiro de 2017, na Rua Victor Frederico Baumhardt, no Bairro Dona Carlota.

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O cadáver de Abelardo, então com 18 anos, foi encontrado por populares por volta das 7h30, na beira da via. Os ferimentos indicavam pelo menos cinco disparos de arma de fogo na região do rosto. A investigação, conduzida pelo delegado Alessander, apurou que o homicídio teve como motivação principal desavenças relacionadas ao domínio do comércio de drogas na área do Residencial Viver Bem.

“Máscara, por favor, não me mata”, diz vítima em vídeo

A partir da investigação da Polícia Civil, um vídeo que mostra a execução de Abelardo foi incluído no processo após ser localizado em um celular apreendido na casa de Máscara, durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão. No material, é possível ouvir a voz do homem apontado como membro da facção Os Manos, organização criminosa armada voltada ao narcotráfico e homicídios e que domina o comércio de entorpecentes no Vale do Rio Pardo.

No dia do crime, Abelardo estava em uma motocicleta quando foi sequestrado, colocado no porta-malas de um carro e levado até uma área de mata do Dona Carlota. Depois, foi obrigado a ficar de joelhos. No vídeo, Máscara pergunta para um comparsa se ele estava gravando. Após a resposta afirmativa, ele aponta para a vítima, que implora: “Máscara, por favor, não me mata”. O réu desta quinta-feira então pergunta para o jovem se ele sabia por que iria morrer.

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Logo depois, diz que Abelardo seria assassinado porque tinha sido pego com a droga de um outro traficante, que era da facção Bala na Cara, o que não é aceito na disputa pelo território entre os grupos rivais – meses antes de sua morte, Abelardo havia sido preso pela Brigada Militar, na BR-471, transportando drogas. Na sequência do vídeo, o acusado atira cinco vezes na cabeça de Abelardo.

Dois já foram condenados pelo mesmo crime

A expectativa é de que, no julgamento de hoje, o promotor Flávio Eduardo de Lima Passos apresente o vídeo aos jurados. Outro fato que corroborou as investigações foi que, na época do assassinato, Máscara era monitorado por tornozeleira eletrônica. Por isso, em análise, o sistema da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) apontou que o réu estava na cena do crime naquela madrugada.

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As provas incontestáveis já resultaram na condenação de outros dois réus pelo mesmo delito. Em 28 de setembro do ano passado, após 12 horas de júri, Lenon Aires Soares, de 26 anos, e Maicon Vieira da Silva, o Fininho, de 39, foram condenados pelo assassinato de Abelardo. Lenon pegou nove anos e quatro meses de prisão, enquanto Fininho foi condenado a 12 anos. Um quarto réu no processo, Luiz Guilherme Silveira da Silva, 30 anos, foi absolvido pelos jurados. Na oportunidade, o Ministério Público pediu a absolvição por falta de provas.

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