Avançou na esfera jurídica o caso de assassinato brutal cometido contra o montador de móveis Maicon Natan Gonçalves Marques, na noite de 8 de novembro de 2022, em Vera Cruz. O Ministério Público (MP), por meio da promotora de Justiça Maria Fernanda Cassol Moreira, denunciou seis pessoas envolvidas na ocorrência. A denúncia foi aceita pela juíza Fernanda Rezende Spenner e os seis agora tornaram-se réus. Uma audiência de instrução entre as partes deve ocorrer no próximos mês.
LEIA MAIS: Juíza nega prisão domiciliar para autora confessa de homicídio do marido
A Gazeta do Sul teve acesso exclusivo a detalhes da denúncia do MP. Quatro pessoas, que estiveram envolvidas diretamente no crime cometido a sangue-frio, planejado e organizado ao longo de meses, vão responder por homicídio triplamente qualificado, com as qualificadoras de paga ou promessa de recompensa e motivo torpe; meio cruel; e emboscada, dissimulação ou outro recurso que impossibilita a defesa da vítima.
Publicidade
Entre elas está Tamara Cristina da Silva, de 26 anos, que era esposa de Maicon e chegou a confessar seu envolvimento como mentora intelectual do homicídio. Tamara se apresentou à polícia no dia 5 de dezembro, após tornar-se foragida, e cumpre prisão preventiva no Presídio Estadual Feminino de Rio Pardo. Outro indiciado pelo assassinato é Carlos Rech, 48 anos, também apontado como um dos mandantes do assassinato.
LEIA MAIS: Membro de bando que assassinou montador de móveis se apresenta à polícia
Estava foragido até essa quarta-feira, 25, pela manhã, quando se apresentou no Presídio Estadual de Candelária para cumprir prisão preventiva. Ele é ex-padrasto de Tamara e havia sido condenado por tê-la estuprado quando esta era adolescente, com 16 anos. Recentemente, ele cumpria pena por tornozeleira eletrônica, em virtude desse delito.
Publicidade
Contudo, Carlos fugiu quando os agentes da Delegacia de Polícia de Vera Cruz foram buscá-lo em Linha Passa Sete, interior de Candelária, para prestar depoimento, no dia 30 de novembro, e não foi mais encontrado. Na ocasião, os agentes apreenderam uma espingarda furtada. Na mesma tarde, o homem de 48 anos rompeu a tornozeleira e entrou na condição de foragido da Justiça por quase dois meses, até se apresentar nessa quarta.
Para a Polícia Civil, Tamara Silva e o ex-padrasto dela, Carlos Rech, foram os mandantes do assassinato. O caso complexo revela que a autora teria usado o ex-padrasto para assassinar o companheiro, após descobrir traições da vítima ao acessar mensagens no direct no Instagram do Maicon. Antes de ser presa, Tamara contou uma nova versão dos fatos. Em depoimento cercado de contradições, acompanhada de um advogado, disse que foi ameaçada por Rech para confessar o envolvimento dela como mandante.
Publicidade
Além de Rech e Tamara, um homem de 26 anos, amigo de infância da mulher, que intermediou a negociação da morte por R$ 1 mil, e outro de 31, que assassinou Maicon a tiros perto do trevo de Ferraz, após chamá-lo para um suposto trabalho, foram presos em Vera Cruz durante a Operação Quinto Mandamento, deflagrada pela Polícia Civil em 24 de novembro. O autor dos disparos ainda vai responder por furto, pois subtraiu a moto, furadeira, parafusadeira e documentos pessoais de Maicon, após assassiná-lo.
Esses dois cumprem prisão preventiva no Presídio Regional de Santa Cruz. O inquérito do caso foi concluído no dia 3 de dezembro pela delegada Lisandra de Castro de Carvalho, que detalhou à Gazeta o que chamou de “plano maquiavélico” do bando para assassinar o montador de móveis. Descobriu-se na investigação que Carlos é parente do amigo de infância de Tamara, de 26 anos, que também está envolvido no caso.
LEIA TAMBÉM: Assaltantes armados rendem moradores e roubam dinheiro e pertences
Publicidade
Além disso, os agentes apuraram um vídeo enviado pelo autor da execução no dia 5 de novembro – três dias antes do crime – para o parente de Carlos repassar a ele, em que mostra como isolar a tornozeleira eletrônica. O material foi juntado no processo. Além dos quatro presos, outro rapaz, de 28 anos, que adquiriu a motocicleta Honda CBX Strada preta de Maicon, roubada no dia do homicídio, responde em liberdade por receptação.
Para este, o Ministério Público pediu o arquivamento do crime de homicídio, apontado pela Polícia Civil, afirmando na denúncia que não havia provas suficientes para incriminá-lo por esse delito. Um sexto rapaz, de 22 anos, também irá responder em liberdade por receptação, por ter recebido a moto de Maicon vendida pelo indivíduo de 28 anos.
Publicidade
Quer receber as principais notícias de Santa Cruz do Sul e região direto no seu celular? Entre na nossa comunidade no WhatsApp! O serviço é gratuito e fácil de usar. Basta CLICAR AQUI. Você também pode participar dos grupos de polícia, política, Santa Cruz e Vale do Rio Pardo 📲 Também temos um canal no Telegram! Para acessar, clique em: t.me/portal_gaz. Ainda não é assinante Gazeta? Clique aqui e faça sua assinatura agora!
This website uses cookies.