A vontade constante de consumir doce tem uma explicação: o açúcar realmente vicia. A substância, assim como as drogas, tem a capacidade de desenvolver dependência nas pessoas. A endocrinologista do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, Sandra Mara Villares, explica que isso acontece porque uma parte do cérebro é acionada. A sensação extremamente prazerosa ao consumir doces é percebida não somente pelas papilas gustativas — presentes principalmente na língua e também em algumas partes do nariz –, mas também pelo cérebro. Segundo a médica, há áreas no hipotálamo (região encefálica que controla a temperatura corporal, fome e sede, entre outras funções), que são estimuladas quando é feita a ingestão de açúcar, provocando a vontade de consumir novamente. Publicidade
O que muita gente não sabe é que esse prazer momentâneo pode acarretar problemas futuros sérios. O consumo em excesso do açúcar é ponto inicial para o desenvolvimento de doenças em diferentes partes do corpo. De acordo com a endocrinologista, o excesso do produto pode ser transformado em gordura no fígado e parte deslocar-se para a circulação sanguínea. Neste caminho, a gordura é armazenada em diferentes locais não usuais, como os músculos, impedindo a entrada de açúcar e acarretando índices de glicose mais elevados. Publicidade Em resposta a essa alteração, o pâncreas libera mais insulina, com o intuito de diminuir os níveis glicêmicos. Sandra Mara Villares alerta que o excesso de gordura desenvolve uma resistência ao hormônio e, com mais açúcar no sangue, as consequências podem ser sentidas em todo corpo, como coração e vasos, levando a síndrome metabólica e podendo desenvolver o diabetes. |
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