Ligar a luz é um hábito que a maioria das pessoas faz sem se dar conta. Mas, até a energia chegar nas residências, existe um processo cheio de detalhes técnicos. Um passo decisivo foi dado nesta sexta-feira, 17, com um acordo para qualificar o setor. Além de melhorar o serviço, a expectativa é de que as obras gerem em torno de 11 mil vagas de emprego. O documento foi firmado pela Eletrobras, Eletrosul, a empresa chinesa Shanghai Electric e o Clai Fund, Fundo Chinês para Investimento na América Latina. O governo do Rio Grande do Sul também assinou como testemunha.
Na prática, serão investidos R$ 3,9 bilhões para melhorar e expandir o fornecimento de energia elétrica no Estado. O recurso será usado para construir 1,9 mil quilômetros de linhas de transmissão e oito novas subestações, além de ampliar 13 subestações que já existem. Segundo o presidente da Eletrosul, Gilberto Odilon Eggers, as contrapartidas ainda estão sendo definidas, mas não envolvem dinheiro dos cofres gaúchos. “Estamos discutindo a estrutura de capital e o aporte de cada empresa. O restante virá de financiamentos que serão buscados na China e provavelmente no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social)”, afirmou.
A previsão é de que as obras comecem em março de 2018 e sejam concluídas em até 48 meses. Durante a execução, a expectativa é gerar 11 mil empregos diretos. O novo sistema de transmissão vai melhorar o fornecimento de energia para a Região Metropolitana e criar um novo ponto de atendimento na região Norte. “O benefício prático para o cidadão é que, quando tudo isso for concluído, muito provavelmente ele não terá mais problemas de fornecimento de energia nas épocas de pico, como o verão”, explicou o secretário de Minas e Energia, Artur Lemos.
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Mobilização no setor
O governador José Ivo Sartori destacou o esforço para manter o investimento no Estado. As negociações foram fundamentais porque a Eletrosul, uma subsidiária da Eletrobrás, venceu o leilão ANEEL nº 004/2014, mas nunca conseguiu levar o projeto adiante. Por questões legais, havia o risco de cancelar todo o processo. Graças a uma grande mobilização, surgiu a possibilidade de outra empresa assumir as obras. Assim, o acordo estabelece que a concessão, atualmente da Eletrosul, seja transferida para uma Sociedade de Propósito Específico (SPE), constituída pela Shanghai Electric e o Clai Fund.
“Fizemos a nossa parte, dentro do que nos cabia, sem interferir na negociação entre as empresas. Nosso objetivo foi ajudar a construir a solução. Nossa mobilização foi intensa. Trabalhamos para dar celeridade aos processos de licenciamento ambiental. O tema era urgente e não medimos esforços. Afinal, o atraso das obras poderia dificultar a participação de projetos gaúchos em futuros leilões de energia”, destacou Sartori.
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