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Acolhimento nas escolas concentra debates no 1º Fórum Municipal da Diversidade

Santa Cruz do Sul sediou nessa sexta-feira o 1º Fórum Municipal da Diversidade, organizado pelo Conselho Municipal da Diversidade (Comudi). O evento ocorreu no anfiteatro do Bloco 18 da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e reuniu autoridades, estudantes, professores, profissionais da educação e representantes de órgãos públicos e ONGs, além de membros da comunidade. A cerimônia de abertura contou com um show artístico com a Miss Simpatia Diversidade do Rio Grande do Sul, a drag queen Mirella Louise.

A programação, que foi das 8 horas às 17h30, abordou temas como inclusão social no ambiente escolar, saúde e religião do público LGBTQIA+. De acordo com o presidente do Conselho Municipal da Diversidade, Rubem Quintana, uma das preocupações do Comudi sempre foi trabalhar com a área da educação, com as escolas e os alunos. “Vemos que tem uma demanda muito grande. Há crianças e adolescentes se assumindo e a gente vê que a sociedade não está preparada. Isso cabe à comunidade escolar e aos pais, que às vezes não sabem como agir.”

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Um dos objetivos do fórum foi qualificar professores e coordenadores escolares sobre como agir com os alunos e as famílias. Em um segundo momento, o conselho pretende também realizar atividades com os estudantes e a comunidade. Rubem destaca a pluralidade de temas abordados na programação, como o bullying, relatos de convivência, empregabilidade e acolhimento na escola, além de espiritualidade. “Queríamos trazer esse debate para mostrar que algumas religiões são mais radicais, mas também existem religiões que acolhem. E que é possível assumir a sua orientação sexual e também permanecer com a religiosidade em dia, as duas coisas podem andar juntas.”

Daniel Morethson, coordenador da Diversidade Sexual no Estado do Rio Grande do Sul – órgão ligado à Secretaria de Igualdade, Cidadania, Direitos Humanos e Assistência Social –, fez uma fala sobre acolhimento e pluralidade dentro das escolas e destacou a importância dos educadores entenderem o aluno. “Hoje, os dados a que temos acesso apontam que 76% da população de travestis e transexuais tem o Ensino Fundamental incompleto, 22% tem o Ensino Médio incompleto e somente 2% estão inseridos nas universidades. Isso nos traz a preocupação de que a escola não está sabendo como acolher essa população.” Daniel alertou para a evasão escolar, que pode levar a outros problemas, como a prostituição e o suicídio.

Em busca de diálogo

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Ao discursar no evento, a prefeita Helena Hermany disse que a administração municipal estará sempre ao lado de iniciativas como a do fórum, que buscam erradicar qualquer forma de preconceito e permitir que todos usufruam plenamente da sua cidadania. “Cuidar das pessoas é respeitá-las em seu íntimo, entendendo as diferenças não como um obstáculo, mas como um tesouro que torna nossas existências mais ricas em experiências e visão de mundo”, declarou. O secretário municipal de Educação, João Miguel Wenzel, destacou a importância da educação para o processo de evolução do ser humano. “O diálogo precisa acontecer de modo permanente dentro do ambiente escolar, para que essas questões possam fluir de forma natural, para que as diferenças não sejam motivos para separar e sim para unir”, ressaltou.

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Para o diretor de Extensão e Relações Comunitárias da Unisc, Ângelo Hoff, o diálogo é o caminho para que a sociedade conviva com naturalidade com as questões de gênero. “Não é raro a divulgação de notícias relacionadas a eventos LGBT gerarem comentários agressivos nas redes sociais e isso só reforça o preconceito. Precisamos de mais tolerância”, observou. Coordenadora do Ambulatório Multiprofissional de Atenção à Saúde da População LGBTTQ+ (Ambitrans), projeto de extensão da Unisc, a professora Analidia Petry destacou que essa parcela da população está lutando por espaço social, e chamou a atenção para as pequenas violências do cotidiano. “São situações que machucam no dia a dia. É o bullying na escola, um professor ou funcionário que não respeita ou até mesmo uma brincadeira inocente, mas que também traz sofrimento e leva ao isolamento.”

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