Polícia

Acidentes com tratores são alvo de campanha no Vale do Rio Pardo

No âmbito do Abril Verde, uma iniciativa que tem como objetivo debater questões sobre a saúde e a segurança no ambiente de trabalho, o Centro Regional de Referência em Saúde do Trabalhador da Região dos Vales (Cerest/Vales) e o Ministério Público do Trabalho (MPT) prosseguem com uma campanha de alerta sobre os acidentes com tratores. Os dados da instituição mostram que em 15 anos, entre 2008 e 2023, foram registrados 61 mortes envolvendo esse tipo de veículo em 12 municípios.

Segundo o coordenador do Cerest/Vales, Luiz Henrique Paim da Rocha, muitos dos municípios de abrangência do Cerest/Vales se destacam pela agricultura, que em muitos casos é familiar. Com isso, por não se tratarem de empresas, é preciso trabalhar ainda mais a prevenção junto às famílias rurais. Os números relativos a situações – sejam elas com óbito ou não – provocadas por ou com o envolvimento de tratores motivaram a criação da campanha “Não deixe que um acidente de trator faça parte da sua história.”

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Algumas informações disponibilizadas chamam a atenção. A distribuição por gênero mostra que 90,2% envolvem homens e apenas 9,8% têm participação de mulheres. A faixa etária dos 50 a 59 anos é a mais atingida, somando 21 dos 61 casos fatais (35%), seguida dos 30 a 39 anos e 60 a 69 anos, ambas com dez registros cada (17%). Tombamento e capotamento (49,2%) e queda do trator/atropelamento (16,4%) são as circunstâncias mais recorrentes quando se trata de mortes decorrentes da operação desses maquinários.

Somente no ano passado, foram oito comunicados de acidentes com tratores, sendo um deles fatal. Além disso, outros 16 casos foram registrados com implementos acoplados, como arados, ensiladeiras, plantadeiras e outros.

Segundo Rocha, a falta de capacitação para a operação desses veículos e equipamentos é um dos motivos que explicam as ocorrências. “Por ser familiar, geralmente a pessoa aprende desde jovem com o pai ou o avô, é na prática mesmo.” Observa ainda a falta de manutenção como outro fator significativo. “Às vezes está sem freio e é usado assim mesmo.”

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Ao ressaltar os cuidados necessários durante o trabalho, o coordenador do Cerest/Vales salienta que os tratores precisam estar sempre em boas condições e devem ser usados somente para a sua finalidade. “Evitar principalmente as caronas, aquela coisa de levar pessoas até determinado lugar. Muitos acidentes acontecem a partir disso.” Rocha reforça ainda a importância de buscar a capacitação, por meio de cursos e treinamentos, para operar esses veículos e os implementos a eles acoplados.

Estratégias de comunicação

Junto com o MPT, o Cerest/Vales produziu materiais informativos que são distribuídos aos agricultores. Eles contêm alguns dos dados citados e outras orientações, como não modificar os tratores, respeitar as leis de trânsito e trabalhar com a supervisão de alguém para auxílio em caso de acidentes. Além disso, na internet e nas rádios com abrangência nas regiões de interior, são veiculados áudios com mais informações e relatos de pessoas que já foram vítimas.

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Iuri Fardin

Iuri Fardin é jornalista da editoria Geral da Gazeta do Sul e participa três vezes por semana do programa Deixa que eu chuto, da Rádio Gazeta FM 107,9. Pontualmente, também colabora nas publicações da Editora Gazeta.

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