As abelhas apresentam comportamento agressivo apenas em situação de ameaça de sua colmeia, ou seja, só atacam para defender o local de moradia dela e da família. “Como no verão as colmeias estão populosas, um ataque maciço pode ser desencadeado a qualquer momento por alguma perturbação, como vibração do solo por máquinas nas ruas, barulho de máquina de cortar grama, entre outros”, explica o chefe de Divisão de Estudos Apícolas da Epagri, engenheiro-agrônomo Rodrigo Cunha, referindo-se aos ataques que vem sendo registrados este mês na área urbana da Grande Florianópolis.
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Ele acredita que o maior número de casos de acidentes tem ocorrido em áreas urbanas pelo fato de existir abelhas alojadas em caixas localizadas muito próximas a áreas povoadas ou de trânsito de pessoas e máquinas, colocadas por apicultores amadores, ou até mesmo enxames que estão instalados em sofás velhos, caixas de papelão, jogados em terrenos baldios, pedras, ocos de árvores, forro de casas e galpões, etc. “A intensidade com que as abelhas defendem sua colmeia depende de fatores genéticos e principalmente do estágio de desenvolvimento da colônia. Quanto mais forte a colônia, melhor é seu sistema de defesa”, diz Rodrigo.
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O engenheiro-agrônomo explica que o aparecimento repentino de um amontoado de abelhas em troncos de árvores ou beiradas de casas, parecendo uma bola, é muito comum na primavera e no verão, pois são famílias que estão de passagem em busca de um novo local para se instalar. “Nesses casos, em que as abelhas não estão instaladas, dificilmente ocorrerá um ataque maciço delas. Mesmo assim, é recomendado não se aproximar, fazer ruídos ou mexer com elas. Dentro de um prazo de no máximo uma semana elas sairão do local seguindo seu destino. Caso esteja em local que precise de acesso ou tenha presença de crianças e animais presos, é necessário contatar um profissional para remoção do enxame”, alerta Rodrigo. Ele informa que a Epagri pode indicar aos interessados nomes de profissionais habilitados para fazer a remoção de forma adequada.
O que fazer em caso de ataque de abelhas africanizadas
Rodrigo reforça que as abelhas são agressivas quando se sentem ameaçadas. “Portanto, muito cuidado ao avistar um enxame de abelhas. Ruídos, tremores, vibrações, movimentos rápidos chamam a atenção delas”. Quando o ataque é desencadeado, o as abelhas atacam indiscriminadamente a todos que estiverem nas redondezas. Os sintomas na pessoa picada podem variar de vermelhidão local a morte, dependendo do número de picadas e da sensibilidade da pessoa ao veneno da abelha. Aconselha-se procurar assistência médica o mais rápido possível.
Rodrigo dá algumas dicas de como proceder em caso de ataques:
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- Afaste-se da colmeia o mais rápido possível;
- Quando já estiver protegido, socorra quem estiver sendo atacado com uma coberta ou algo parecido, ou a uma distância segura, onde já não se observem abelhas sobrevoando;
- Se a vítima receber grande número de picadas, chame o serviço de emergência médica para que a pessoa atacada receba os devidos cuidados;
- Independentemente do número de ferroadas, se estiver se sentindo mal (queda de pressão, falta de ar, aparecimento de manchas avermelhadas pelo corpo ou outro sintoma), procure atendimento médico imediato. Você pode ser alérgico e precisará de atendimento rápido.
Primeiros socorros
Quando a pessoa já estiver em segurança, fora do raio de ação das abelhas, recomenda-se proceder conforme descrito abaixo:
– Retirar imediatamente os ferrões para evitar que todo o veneno seja injetado na vítima. Para isso, não utilizar o dedo ou pinça, a fim de não comprimir a bolsa de veneno. Recomenda-se retirar os ferrões com o auxílio de uma lâmina de canivete ou faca, raspando cuidadosamente rente à pele;
– Lavar abundantemente os locais atingidos com água corrente, sem esfregar a pele para não espalhar mais rapidamente o veneno;
– Aplicar bolsas de gelo no local das picadas para diminuir o inchaço.
– Aplicar no local das ferroadas, sem esfregar, uma pomada com antialérgico e analgésico para amenizar as dores.
– Nos casos de pessoas alérgicas e nos pacientes que não estão passando bem, procurar atendimento médico com urgência.