Permanece em investigação a série de colisões que aconteceu na madrugada de segunda-feira, no quilômetro 235 da BR-290, em Rio Pardo. Uma carreta com toras de madeira, um ônibus, uma van e um Volkswagen Fox envolveram-se, deixando seis mortos e 13 feridos.
Perderam a vida a caroneira do carro, o motorista do ônibus e quatro passageiros deste, que eram soldados do Exército. As circunstâncias do acidente começaram a ser apuradas tão logo o fato aconteceu, por equipes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Instituto-Geral de Perícias (IGP) e Polícia Civil. O delegado Anderson Faturi esteve no local ainda durante a madrugada e colheu dados que vêm dando um norte às investigações. Passados os primeiros dias, os agentes da Delegacia de Polícia (DP) de Rio Pardo buscam reunir os elementos colhidos até então.
“Já instauramos o inquérito e começamos a receber os primeiros laudos do IGP a respeito dos exames de necropsia nos corpos das vítimas. Os laudos mais complexos, no entanto, realizados no local do acidente, ainda vão demorar mais uns dez dias. O perito nos disse que vai trabalhar com afinco para fazer da forma mais detalhada possível”, comentou Faturi.
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O delegado, que já trabalhou em outros casos graves de acidente, revela que, por sua experiência e pelos elementos apurados, é possível identificar que algum dos veículos invadiu a pista contrária, mas é cedo para apontar culpados. “Nas nossas primeiras constatações, o que pudemos ver é que houve ali sim uma invasão de pista, que fez com que ocorresse a colisão. Efetivamente, não temos no momento como apontar o responsável, pois é uma cena de acidente muito complexa. Temos que aguardar os laudos periciais no local, nos veículos, tacógrafos e na câmera que estava instalada no caminhão.”
O IGP está com a câmera em questão, mas o conteúdo, até o momento, está sob custódia dos peritos e não foi revelado. “Segundo nos relatou a empresa do caminhão, a câmera era para estar gravando e deve conter imagens. Em virtude de determinação legal, a chamada cadeia de custódia das provas, não temos acesso a esse equipamento no momento. Não tivemos retorno ainda sobre a funcionalidade dessa câmera, se efetivamente tinha imagens e se são úteis à investigação.”
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Os agentes da PRF realizaram o teste de etilômetro em todos os motoristas sobreviventes, mas os resultados deram negativo para álcool no sangue. Conforme o delegado, a maioria dos 13 feridos foi liberada do atendimento médico. “Creio que na semana que vem vou colher os depoimentos dos que se feriram e dos motoristas dos veículos envolvidos.”
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“A cena que vimos lá foi estarrecedora”, diz Faturi
O delegado Anderson Faturi detalhou a ação da polícia na madrugada do acidente. “A cena que vimos lá foi estarrecedora, em virtude da gravidade, do número de vítimas. De imediato passamos a conversar com profissionais, bombeiros, socorristas e participantes. Também falamos com os motoristas sobreviventes, que foram o do caminhão e o da van, já que o do carro tinha sido levado para atendimento no Hospital de Rio Pardo e o do ônibus foi a óbito.”
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Segundo o responsável pela DP de Rio Pardo, o motorista do caminhão relatou que seguia no sentido interior/capital, quando um veículo teria invadido a pista contrária para fazer uma ultrapassagem. Ele teria tentado puxar a carreta para o acostamento, mas rapidamente sentiu o impacto. Já o motorista da van, que seguia atrás do ônibus, disse que, de forma repentina, ele viu quando houve uma colisão do ônibus com o caminhão. Com isso, puxou seu veículo para o acostamento.
“Com essa manobra muito inteligente, ele conseguiu tirar ilesas as 12 pessoas que estavam nesse micro-ônibus. O caso se torna muito complexo, pois o motorista do caminhão não soube dizer naquele momento qual veículo invadiu a pista, se foi algum dos envolvidos ou outro que passava pelo local e escapou. Ele disse que foi muito rápido, estava escuro e só enxergou os faróis vindo em sua direção.”
Segundo o delegado, esse foi o acidente mais grave que atendeu. “Lembro de um no ano de 2012, na BR-290, quando um veículo com cinco ocupantes saiu da pista, colidiu com uma árvore e quatro morreram. Mas com uma complexidade como essa, com uma quantidade de pessoas envolvidas, mortos e feridos, eu não tinha presenciado ainda.”
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O delegado relembrou outro acidente que aconteceu em Rio Pardo, com características semelhantes. Em 5 de julho do ano passado, três pessoas morreram na BR-471. A colisão envolveu dois caminhões e um ônibus, perto do parque de exposições da Expoagro Afubra, em Rincão Del Rey. Nesse caso, o inquérito apontou como responsável o motorista do caminhão, que tentou fazer uma ultrapassagem indevida, perdeu o controle e acabou colidindo.
“Coincidentemente, neste de 2021 também tinha um caminhão com toras de madeira e um ônibus envolvidos. É fato que o acidente desta semana nos fez relembrar esse outro do ano passado. Sobre o caso dessa segunda-feira, ainda é muito cedo para definirmos qualquer responsável. Somente com todos os laudos isso será possível. Vamos demorar alguns dias ainda para ter todas as respostas.”
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