A Polícia Civil apura uma série de ocorrências registradas nos últimos dias que se referem a uma desavença envolvendo um casal, morador do Bairro Faxinal Menino Deus, em Santa Cruz do Sul. No último domingo, gerou grande repercussão um fato acompanhado pela Brigada Militar, em que um homem de 31 anos teve o corpo queimado pela companheira, de 32. Conforme boletim de ocorrência registrado na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), os policiais haviam sido chamados para um caso de violência doméstica.

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Quando chegaram na casa, não encontraram a suposta vítima, que era uma mulher de 32 anos. Ela foi localizada a 300 metros da residência. Aos PMs, relatou ter sido agredida pelo pai dos seus filhos, que estava no imóvel junto com a mãe dela. O homem, por sua vez, afirmou que estava dormindo quando a mulher derramou álcool sobre ele e ateou fogo. Em seguida, ela ainda o teria agredido com um pedaço de pau.

A mãe dela teria contado aos policiais militares que o casal tem uma relação conturbada e trocas de agressões costumam ocorrer com uma certa frequência. O irmão da mulher de 32 anos, que reside na Espanha, também teria entrado em contato com a Brigada para informar que envia dinheiro à família. Além disso, vizinhos o teriam relatado que a irmã maltrata o pai, que é acamado.

Segundo os policiais militares, durante atendimento médico, a mulher que ateou fogo no companheiro foi flagrada pela guarnição se autolesionando, com arranhões na altura do pescoço e nas costas. O homem de 31 anos foi hospitalizado para tratar das queimaduras.

Nessa quarta-feira, a mulher envolvida na ocorrência procurou a Gazeta do Sul para dar sua versão dos fatos. Ela alegou que na última terça recebeu um vídeo ameaçador do agora ex-companheiro pelo WhatsApp. Segundo contou, ele mostra três revólveres e afirma: “Nós vamos te dar uma rajada”.

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O fato também foi registrado em uma ocorrência na DPPA. Ela admitiu que jogou álcool e, com um isqueiro, colocou fogo no homem. Mas, diferentemente da versão apresentada pelo ex-companheiro, ele não estava dormindo. “Ele havia chegado em casa alterado, me xingando. Entramos em vias de fato e ele me agrediu com socos e me deu um mata-leão. Quando saí, consegui jogar álcool para assustar ele, mas recebi outro soco na cabeça. Achei que ia morrer, acendi o isqueiro e joguei nele”, disse a mulher, que preferiu ter o nome mantido em sigilo. O nome dele não foi revelado pelas autoridades policiais.

2ª DP e Deam apuram as duas ocorrências

Segundo a mulher, ela tem dois filhos de 5 meses e 2 anos com o ex-companheiro. Afirmou que se separaram recentemente, mas ele ainda frequentava a casa dela até domingo para ver as crianças. Há um mês, ela havia pedido demissão do emprego para cuidar do pai, que é acamado. Duas delegacias de Santa Cruz apuram os fatos relacionados de domingo e terça-feira.

No primeiro caso, a 2ª Delegacia de Polícia (2ª DP) instaurou um inquérito para apurar a suposta tentativa de homicídio contra o homem. Segundo o delegado Alessander Zucuni Garcia, as investigações já estão em andamento. Já pelo fato de terça-feira, em que a mulher diz ter sido ameaçada pelo homem, quem responde é a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam).

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Segundo a delegada Raquel Schneider, busca-se localizar o indivíduo para ouvir a versão dele sobre os fatos. “Já existia uma ocorrência registrada por ela no dia 16 de agosto. Tentou-se fazer uma mediação, mas ela disse que não tinha interesse. Por isso, foi instaurado procedimento”, salientou.

Conforme a delegada, depois da ocorrência no último fim de semana, na terça-feira, foi registrado novo boletim na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento, que chegou para os investigadores da Deam na quarta-feira. “Nessa ocorrência, foram solicitadas por ela medidas protetivas de urgência, as quais já foram deferidas”, finalizou Raquel Schneider.

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