Os dias 25 de março de 2021 e 15 de fevereiro de 2022 jamais serão esquecidos por dois casais de agricultores familiares do interior de Vale do Sol. As datas marcam, respectivamente, o início da vida em terra própria para Maico Fernando Lessing, 28 anos, e Inara Alessandra Martins Lessing, 28, e para Rodrigo Rafael Eichstaedt, 26 anos, e Soleni Scherer Eichstaedt, 25 anos. Os quatro mudaram para suas propriedades, cada uma com 23,5 hectares, localizadas em Linha Bernardino. Eles estão entre as 234 famílias contempladas nos últimos três anos no Rio Grande do Sul com recursos do Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF), mais conhecido por Terra Brasil, do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar.
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Os pedidos de financiamento foram encaminhados pelo Sindicato dos Trabalhadores Agricultores Familiares, que possui abrangência em Santa Cruz do Sul, Sinimbu, Vale do Sol e Herveiras. Conforme o técnico agrícola Diego Gustavo Scherer, responsável por esse trabalho no sindicato, para acessar a linha de crédito os agricultores precisam se enquadrar em algumas exigências do governo federal.
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“Nós encaminhamos os pedidos, fazemos a visitação às propriedades, desenvolvemos os projetos produtivos e prestamos assistência por até cinco anos depois de as famílias terem sido contempladas”, explicou. Ele observa que a obtenção do recurso é a base para iniciar a vida no meio rural. “Para essas famílias, é muito importante ter seu canto para produzir o fumo e os alimentos. Elas deixam de viver na incerteza; de não saber se o proprietário da terra vai renovar ou não o contrato de arrendamento”, observou, acrescentando que outro objetivo do programa é proporcionar qualidade de vida para quem vive na agricultura.
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E é justamente isso que Maico e Inara buscam. Eles conseguiram a liberação de R$ 140 mil para quitar a propriedade. Da área total comprada, ocupam em torno de oito hectares – cinco com o tabaco e três com o plantio de alimentos e de pastagem para o gado. Antes de adquirirem sua terra, moravam em Sinimbu e trabalhavam em terras arrendadas. Com duas estufas para a secagem do fumo, vão cultivar 60 mil pés, cujo plantio está previsto para o decorrer desta semana. Sobre a sensação de estar no que é seu, o casal garante que “é a melhor coisa que tem”. “Assim a gente sabe que é da gente e pode investir na propriedade e fazer o que a gente quer”, considerou Maico.
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Dessa mesma opinião compartilham seus vizinhos, Rodrigo e Soleni. Desde que mudaram para a propriedade, já fizeram reformas em um dos galpões e agora têm planos de reformar a casa e construir um novo galpão. “A gente trabalha para a gente, para o nosso sustento e para o futuro dos filhos”, disse Rodrigo, referindo-se à filha Priscila Laís, de 4 anos. Já Soleni complementa dizendo que “é gratificante estar trabalhando e adquirindo o próprio pedaço de terra”. Dos 60 mil pés que vão cultivar nesta safra, 28 mil estão plantados. O transplante das primeiras mudas para a lavoura começou no dia 30 de junho. O casal possui três estufas para a secagem do tabaco.
Rodrigo e Soleni conseguiram a liberação de R$ 174 mil para quitar a propriedade. Antes da mudança, moraram em Linha 24, localidade próxima, com os pais de Soleni, onde dividiam o plantio de fumo e de alimentos para o consumo. Para eles, morar no interior lhes permite trabalhar no horário que eles
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