Cultura e Lazer

Acervo sobre o primeiro maquinista de Santa Cruz é visitado pela família

A memória de um passado ferroviário glorioso em Santa Cruz do Sul é mantida viva por meio das lembranças e contribuições da aposentada Iracema Moraes, de 71 anos. Ela é filha de Jorge Ignacio de Moraes, o primeiro maquinista e chefe de trem da Viação Férrea RGS na cidade. Na tarde dessa terça-feira, 20, ela e as netas do operador estiveram na antiga estação para relembrar uma bonita história do passado da família.

A Estação Férrea do município foi inaugurada em 15 de novembro de 1905, no ramal que ligava a cidade à Estrada de Ferro Porto Alegre-Uruguaiana. A linha foi desativada em 1965, com a decadência do sistema ferroviário no País. Dessa forma, a comunidade, na época, mobilizou-se para preservar o espaço. Atualmente, o prédio na Rua Ernesto Alves abriga o Centro de Cultura Jornalista Francisco José Frantz.

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Como forma de resgatar a história santa-cruzense, a antiga estação abriga um pequeno acervo com fotos e documentos de Jorge Ignacio de Moraes, nascido em 1898 e que faleceu em 1972. Como primeiro maquinista, ele fez parte do progresso da cidade e conduziu os primeiros trens que circulavam pelos trilhos do Vale do Rio Pardo.

Ao reviver as lembranças, inclusive com o som do apito do trem, a filha Iracema, moradora do Bairro Arroio Grande, compartilhou com emoção a trajetória de seu pai, que foi uma figura central na história ferroviária de Santa Cruz. “Eu já venho aqui há muito tempo, e sempre me lembro das vezes em que vinha com ele aqui, já com meus 3 anos”, conta ela, com um brilho nostálgico no olhar. 

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O pai de Iracema, natural de Candelária, conheceu sua mãe, uma imigrante polonesa, e juntos construíram uma vida em Santa Cruz, no Arroio Grande. “Ele serviu o Exército e foi carcereiro durante as duas guerras mundiais. Andou muito de trem e acabou se tornando chefe de trem”, relata Iracema. A paixão pelo transporte ferroviário foi tão grande que, mesmo após as experiências militares e de trabalho, ele encontrou no serviço ferroviário a realização de seu verdadeiro desejo.

Emoção ao recordar o passado

Estátua em tamanho real de Jorge de Moraes | Foto: Alencar da Rosa

O legado do pai de Iracema é celebrado não apenas em palavras, mas também em memória física. Isso porque uma estátua em tamanho real foi colocada no local, em homenagem ao maquinista. Iracema e toda a sua família reviveram nessa terça-feira o impacto que seu pai teve na comunidade e na história ferroviária. “Relembrando tudo isso, eu sinto que ele está junto comigo”, afirmou.

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Iracema recorda com carinho os momentos em que acompanhava seu pai nas viagens de trem. “Eu amava quando a locomotiva chegava e o pessoal saía e entrava dos vagões. Às vezes, pedia para meu pai me levar junto para dar uma volta. Eu ficava sentada na cabine com ele, e a fumaça me chamava muito a atenção.”

Netas acompanham com carinho a história do avô

As fotos e lembranças do maquinista Jorge Ignacio de Moraes, seja em casa ou na Estação Férrea, são acompanhadas com carinho pelas netas Keiti Oliveira, de 36 anos, e Betina Iolanda Bandeira, de 47. Para Keiti, que estava acompanhada de sua filha Paolla Santos, de 5 anos, poder conhecer um pouco mais da história do avô é significativo. “Já estive aqui na estação em outras oportunidades. Tenho boas lembranças dele, mesmo sem tê-lo conhecido em vida.”

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Já Betina, que também conheceu o avô por meio da estátua e de fotos, é motivo de orgulho saber que ele fez parte da história de Santa Cruz. “Foi com esse meio de locomoção que indústrias e pessoas chegaram aqui na cidade. É muito bom ver o cuidado do pessoal com a história do meu avô.” O esposo, Sandro José Bandeira, de 50 anos, também acompanhou a visita. 

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Ricardo Gais

Natural de Quarta Linha Nova Baixa, interior de Santa Cruz do Sul, Ricardo Luís Gais tem 26 anos. Antes de trabalhar na cidade, ajudou na colheita do tabaco da família. Seu primeiro emprego foi como recepcionista no Soder Hotel (2016-2019). Depois atuou como repositor de supermercado no Super Alegria (2019-2020). Entrou no ramo da comunicação em 2020. Em 2021, recebeu o prêmio Adjori/RS de Jornalismo - Menção Honrosa terceiro lugar - na categoria reportagem. Desde março de 2023, atua como jornalista multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, em Santa Cruz. Ricardo concluiu o Ensino Médio na Escola Estadual Ernesto Alves de Oliveira (2016) e ingressou no curso de Jornalismo em 2017/02 na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Em 2022, migrou para o curso de Jornalismo EAD, no Centro Universitário Internacional (Uninter). A previsão de conclusão do curso é para o primeiro semestre de 2025.

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Ricardo Gais

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