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Abril Laranja: mês de prevenção à crueldade contra os animais

A campanha Abril Laranja busca conscientizar as pessoas com um mês dedicado ao combate à crueldade contra os animais. A iniciativa foi criada pela Sociedade Americana para a Prevenção da Crueldade contra Animais (ASPCA, em inglês) e se espalhou pelo mundo. Em Sobradinho, várias pessoas apoiam a causa. ONGs e grupos buscam amenizar a fome e o frio e evitar a violência contra os bichinhos e sempre estão em busca de alguém que queira acolhê-los.

A estetacosmetóloga Bruna Rodrigues destaca que sempre amou os animais e gostou de ajudá-los, porém, no ano passado esse amor começou a crescer e percebeu que precisava fazer algo a mais. “Minha irmã Jordana me apresentou a Dona Anália e me contou sua história, nesse momento percebemos que precisávamos nos juntar à ela e abraçar ainda mais essa causa. O nosso maior objetivo é conseguir um lar para cada cão, dando assim uma qualidade de vida maior para eles. É extremamente gratificante ajudá-los e jamais vamos nos cansar”. Bruna pediu, especialmente neste mês tão importante, que as pessoas abracem essa causa e ajudem a conseguir dar uma qualidade de vida melhor aos animaizinhos. “Mas principalmente, se você não quer o animal, doe. Não maltrate quem não faz mal nenhum a você”, lembra.

Dona Anália Maria Hamann Silva, do Grupo AuAu Miau destaca que tem muita gratidão a todos que ajudam a causa, principalmente aqueles que oferecem lares temporários. Uma dessas pessoas é Cristiane Winck. Para ela trabalhar com cães é muito gratificante.

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“Primeiramente, quando necessário, focamos na reabilitação do cão. Após, passamos à socialização deles com outros cães e com pessoas de nossa família. Esse trabalho é realizado com a aplicação da psicologia canina, ferramenta que possibilita uma vida saudável, feliz e maior interação com os humanos. Os cães ficam num espaço limitado, com todos os cuidados necessários e muito carinho até serem adotados. Esse trabalho vem sendo realizado há aproximadamente cinco anos”, conta.

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Cristiane frisa que as adoções são menos frequentes que o esperado. “Isso nos entristece bastante porque são cães saudáveis, amorosos e lindos aos olhos de quem os realmente ama. No entanto, no momento da adoção, infelizmente, as pessoas optam por cães mais novos e com uma melhor aparência. Importante esclarecer que a manutenção dos cães demanda um custo mensal custeado pela Dona Anália, através do AuAu Miau. Em que pese dispensarmos cuidado, amor e carinho aos cães, esclareço que não aceitamos cães de terceiros, que não seja do referido grupo, por não dispormos de condições financeiras próprias para manutenção dos animais”, explica. Segundo Cristiane, os animais ensinam e doam um amor incondicional, puro e verdadeiro.

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Quem também apoia o Grupo AuAu Miau com lares temporários é Glovanda Serena. Ela destaca que seu envolvimento com os cães abandonados vem de muitos anos. “Atualmente tenho na minha casa mais de dez cães, sendo quatro que usam medicação contínua. É uma dedicação que envolve muito trabalho, entre manter limpo, alimentar e, principalmente, dar atenção”. Glovanda salienta que tem uma enorme relação afetiva com todos. Acrescenta que cuidar de cães abandonados é gratificante e sempre traz paz ao coração.
 

Foto: Arquivo PessoalSibila é uma das cachorrinhas cuidadas por Glovanda
Sibila é uma das cachorrinhas cuidadas por Glovanda

Adoção: um ato de amor e carinho

Há algum tempo a ONG Anjos da Rua recebeu o chamado de uma moradora de Ibarama pedindo ajuda para uma cachorrinha abandonada no interior do município. Conforme uma das integrantes do grupo, Daniele Karnopp, a cachorrinha estava sem pelo, com muita alergia e pulga, além de tumores e dificuldade na visão. Após ser recolhida pela ONG, que realizou a castração, ela foi encaminhada para adoção.

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A coordenadora pedagógica Júlia dos Santos Guimarães, e o marido dela, o técnico em segurança do trabalho, Leonardo Guimarães, foram os responsáveis por acolher a cachorrinha, que recebeu o nome de Megui. O casal destaca que na época da adoção eles foram em busca de um outro cãozinho, mas ele já havia sido adotado.

“Nesse mesmo dia, no início da noite, uma das responsáveis da ONG entrou em contato conosco informando que haviam resgatado uma nova cachorrinha que precisava de muito amor e cuidado. Fomos então conhecer ela na veterinária e nos encantamos com aqueles olhinhos”, disse Leonardo.

Conforme o casal, quando foram conhecer Megui ela estava magrinha, assustada, mas quando os viu fez a maior festa, como se já soubesse que a partir daquele momento não sofreria mais. “Levamos ela durante um final de semana e foi maravilhoso, ela já se sentiu a ‘dona da casa’, sempre faceira, pulando, acuando e abanando o rabinho, o que nos surpreendeu muito positivamente, pois achávamos que, pelo fato de ela ser idosa, ela ficaria a maior parte do tempo deitada, dormindo. Nossa outra cadelinha sentiu ciúmes no começo, mas hoje em dia já não se separam mais”, conta o casal.

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Júlia e Leonardo ressaltam que para eles, Megui é parte da família, assim como a outra cachorrinha Feta, elas são como filhinhas e sempre trazem muita alegria para a casa do casal, sendo representações de vida, felicidade e amor. Eles salientam que a gratidão que um animalzinho adotado pode passar é a melhor sensação que pode ser sentida: “Ele transborda amor através de seus olhinhos e isso não tem dinheiro que pague. Permita-se viver isso. Adote um animalzinho de rua e terá um companheiro para sempre”.
 

Foto: Arquivo PessoalJúlia, com Feta, e Leonardo, com Megui
Júlia, com Feta, e Leonardo, com Megui

 

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Conscientização

A integrante do Grupo AuAu Miau, Anália, é uma das figuras mais conhecidas em Sobradinho quando se fala em causa animal. Ela destaca que, quando pensa em uma forma de conscientizar, sempre lembra da seguinte frase, cuja autoria desconhece: “Como você acredita que merece alguma ajuda divina se abandonou seu animal na rua para morrer de solidão e fome?”.

Anália acrescenta que essa frase representa o seu repúdio aos seres capazes de uma ação como essa. “Se você não pode ter, não tenha animais, mas se tiver, cuide, porque a lei do retorno existe… Se precisar peça ajuda, castre, não deixe acorrentado. Cuide a água, a comida, um abrigo para chuva e sol. Precisa de medicamentos para parasitoses, não são caros e também tem grátis nas prefeituras. Se você estiver ciente de tudo isso então adote e descubra o quanto vale a pena”.

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As integrantes da ONG Anjos da Rua destacam que sonham com o dia em que possam atender todos os pedidos de ajuda, pois cada pedido que precisam negar as deixa com o coração dilacerado. “Mas infelizmente a demanda é enorme, a colaboração e a responsabilidade das pessoas é muito pequena e nós somos poucas voluntárias que precisam conciliar a causa animal com nossos trabalhos, compromissos pessoais e família. Não conseguimos dar conta de todos os problemas que vêm até nós”.

Conforme a ONG Anjos da Rua, se cada um fizer a sua parte, cuidar e se responsabilizar pelo seu próprio animal, garantindo que ele não possa procriar de forma descontrolada, mantendo-o em pátio fechado, sem correntes, oferecendo atendimento veterinário quando precisar e sabendo que o animal não é um objeto que pode ser descartado ou passado adiante quando não lhe convém mais, já será de grande importância.
 

Foto: Arquivo PessoalAs irmãs Jordana e Bruna apoiam a causa animal
As irmãs Jordana e Bruna apoiam a causa animal

Grande parte dos atendimentos que a ONG realiza acabam sendo de animais que têm dono. “Seja responsável! Seja prudente! Seja consciente! Se você se deparar com um animal precisando da ajuda de alguém, este alguém é você! Faça sua parte ao invés de simplesmente passar o problema adiante”, enfatizam as voluntárias.

A Associação Amigos do Melhor Amigo há mais de 10 anos atua na região Centro-Serra no auxílio a animais em situação de vulnerabilidade. Conforme o presidente da associação, Diego Batista da Silva, a campanha Abril Laranja vem para somar forças à necessidade de conscientização da população em geral contra os maus tratos. “Neste momento, fazemos um apelo a todos: não maltratem ou abandonem os animais e, quando presenciarem estas situações, nos comuniquem, denunciem. Nos ajude a ajudar quem só nos dá amor, carinho e companheirismo, sem pedir nada em troca”.

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