“Man soll alle Tage wenigstens ein kleines Lied hören, ein gutes Gedicht lesen, ein treffliches Gemälde sehen und, wenn es möglich zu machen wäre, einige vernünftige Worte sprechen.” Goethe – “Todos os dias a gente deve, pelo menos, ouvir uma pequena canção, ler um bom poema, contemplar uma excelente pintura e, se fosse possível, falar algumas palavras sensatas.”
Para o grande clássico da literatura alemã e universal Wolfgang von Goethe o canto, a leitura e a pintura seriam essencialidades para o cotidiano da vida. E entre essas essencialidades entram os poemas, os livros que têm em Elenor Schneider um grande incentivador, em Marli Silveira uma justa homenagem, em José Alberto Wenzel um novo valioso livro para Santa Cruz – Vida Nova. Junto com outros escritores, eles conferem brilho à atividade literária, à essencialidade dos livros, inspiram leitores.
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E, por falar nisso, a escritora alemã Elke Heidenreich entende o gosto pela literatura como sendo gosto pela vida. “O gosto pela literatura também é o gosto pela vida. A arte de ler, de mergulhar num livro, afundar nele, mal conseguir voltar a emergir, é parte da arte da vida.” – „Die Lust an der Literatur ist auch die Lust am Leben. Die Kunst, zu lesen, in ein Buch hineinzufallen, darin zu versinken, kaum noch auftauchen zu können, ist ein Stück Lebenskunst“.
O título do presente texto remonta a um ditado chinês – quando abrimos um livro e mergulhamos nele, ele nos abre para o mundo, um pensamento em harmonia com o tema concebido pela 35ª Feira do Livro. O livro literário nos permite ver o mundo por meio do olhar de uma outra pessoa – quem escreve contempla outro horizonte, com vivências e pensamentos diversos de nossos. Isso nos possibilita ampliar nosso próprio horizonte. Mesmo sem sairmos de casa, podemos conhecer outras formas de ver, de viver e entender o mundo, podemos vivenciar outras culturas, outros tempos. Esta também é a compreensão do poeta alemão Jean Paul sobre leitura: „Bücher lesen heißt, wandern gehen in ferne Welten, aus den Stuben, über die Sterne“ – “Ler livros significa, sair de seu ambiente usual, andar por mundos distantes, acima das estrelas” – Pela leitura, pois, exercitamos também a imaginação, aprofundamos nosso mundo interior criativo. Livros fortalecem o espírito, já dizia o iluminista francês Voltaire. São alimento para o intelecto e a alma. Podemos inclusive desenvolver mais empatia para com a vida.
Livros, escolhidos por mim (sou seletiva), sempre foram minhas fiéis companheiras ao longo de minha vida – alimento para minha alma, aprofundamento de minha consciência. Sei que minha vida é efêmera demais para ler todos os livros que gostaria de ler, nem mesmo todos os de minha singela biblioteca que, em silenciosa companhia, esperam ser lidos. Vez ou outra eu tomo algum em minhas mãos, acaricio sua capa, abro, contemplo seu conteúdo, leio algumas frases que se apresentam ao meu olhar… se me sinto tocada por ele, levo-o para meu quarto. Lá sempre mantenho alguns na cabeceira de minha cama (adoro ler antes de dormir). Minha biblioteca e minha Wilde Heimat são meu refúgio. Livros, árvores me fazem infinita companhia.
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