Quem é familiarizado com o canto coral em toda a região sabe quem é Abilio Piovesan. Esse nome dispensa apresentações. Mas todo e qualquer aplauso a sua pessoa nunca será demais. Ele é um dos mestres absolutos da arte. Aos 78 anos, atualmente auxilia equipe da Diocese na edição de novo hinário, a ser adotado nas atividades litúrgicas. Nele, Abilio se ocupa em escrever as partituras de todos os hinos.
É apenas mais uma tarefa à qual se dedica este artista, nascido em Frederico Westphalen em 2 de novembro de 1945, filho de Guido Piovesan e Marcelina Savegnago Piovesan, ambos falecidos. Seus pais eram de Nova Palma, e seguiram para o Noroeste já com quatro filhos. Outros sete nasceram por lá, entre eles Abilio, o antepenúltimo. Eram 11 irmãos, sete homens e quatro mulheres. Cresceu no que é o Bairro Bela Vista, a três quilômetros da cidade, e ali fez o primário.
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Em 1959, aos 13, foi enviado para o seminário dos padres palotinos em Faxinal do Soturno, próximo à região de origem dos pais, onde fez a 5a série. Depois ficou no Vale Vêneto, por sete anos, até concluir o científico. Aos 20, transferiu-se para Santa Maria. Os planos de se tornar padre acabaram interrompidos. “Faltou fé”, diz, com bom humor. Na UFSM, cursou Filosofia, e em simultâneo fez Teologia no Colégio Máximo Palotino. E mais: obteve a licenciatura em Música, além de especialização em Canto e em Educação Artística.
Nisso, de certo modo, atendia a uma vocação que lhe vinha de família. Cresceu acompanhando os irmãos mais velhos em um coral da família. “Isso sempre fez parte de nossa rotina”, diz. Além disso, o pai já integrava corais desde o tempo de Nova Palma. Formado em Santa Maria, foi lecionar em São Vicente do Sul e lá encontrou a jovem Fátima Cargnin, que é de Nova Palma. Casaram-se, e se fixaram em Camobi.
Por essa época, Abilio soube que o professor Carmo Gregory buscava alguém para atuar como técnico vocal no coral Os Canarinhos, do Colégio São Luís, em Santa Cruz. Não conhecia essa cidade: visitou-a, e foi encanto à primeira vista. Corria o ano de 1976, e ele e a esposa se mudaram para Santa Cruz. Por aqui nasceram suas três filhas: Márcia, que reside nos Estados Unidos e lhes deu um neto e duas netas; Ângela, bióloga molecular e que mora em Santa Cruz, atuando junto a vários educandários; e Alice, profissional do Senac, que lhes deu um neto.
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Em seu novo lar, Abilio firmou uma longa e exitosa trajetória na música, junto a variados corais. Ficou nos Canarinhos até o fim desse grupo, e depois seguiu no sucedâneo Mensagem. Ainda lecionou no Colégio Mauá, na Escola Estadual Santa Cruz, onde foi diretor; na escola Gaspar Bartholomay (da qual elaborou o Hino); e, por fim, na escola estadual do distrito de Boa Vista, onde igualmente foi diretor. Ali se aposentou, junto ao Estado.
Em paralelo, manteve intensa atividade em corais. A convite do então presidente, Hainsi Gralow, estruturou o da Afubra e o regeu por 22 anos. Nessa época, chegou a atuar à frente de cinco formações em simultâneo (ainda o da sociedade Aliança, o de Boqueirão do Leão, o de Passo do Sobrado e o da comunidade luterana Gustavo Adolfo). Tamanha inserção cultural rendeu-lhe muitas homenagens, entre elas comenda rotária, troféu Destaque em Música, em 2004; e, para seu orgulho, o título de Cidadão Santa-Cruzense, em 1995.
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Na década de 1980, liderou o Grupo Piovesan, voltado a canto de músicas antigas em italiano e alemão. Gravaram dois LPs e três CDs. Tem ainda vários registros com seus corais, incluindo DVD com o da Afubra. Aposentado, afastou-se gradativamente da regência de corais, tendo sido o último o de Passo do Sobrado, em 2023. Hoje curte o seu lar, na região central de Santa Cruz, e alterna com idas até a chácara que mantém em Alto Linha Santa Cruz. Nessa rotina, porém, a arte é parte vital de seu dia a dia. Afinal, segue lecionando em aulas de técnica vocal, canto, teoria musical e instrumentos no Propedêutico Interdiocesano, no Seminário São João Bastista.
Cinco músicas referenciais para seu Abilio:
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