Santa Cruz do Sul caminha para uma situação insustentável no que diz respeito ao abandono de animais. Segundo o secretário de Meio Ambiente, Saneamento e Sustentabilidade, Jaques Eisenberger, é como se o poder público estivesse enxugando gelo. Por mais que o município e as ONGs que atuam na cidade façam, o abandono de animais, apesar de ser crime, nunca esteve tão alto.

Conforme Eisenberger, é impossível controlar a população de rua de cães e gatos e garantir abrigo para todos. “A gente está percebendo que está quase em vias de insustentabilidade a manutenção do Canil Municipal, uma vez que a demanda está cada vez maior a demanda pelo recolhimento de animais em situação de abandono e maus-tratos. A nossa situação é muito preocupante, porque nós não temos o que fazer com esses animais”, analisou.

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Santa Cruz vive uma superpopulação de animais de rua, conforme o secretário. “Praticamente todos os dias chegam solicitações de recolhimento de animais que estão na rua, que estão colocando em risco a população ou vivem situações de maus-tratos. Então, nós precisamos contar com a ajuda da população, porque é uma situação de saúde pública. É necessário não abandonar animais, fazer castrações, porque a gente tem uma capacidade de albergagem limitada a 47 animais e já estamos com mais que o dobro”, disse.

O Canil Municipal abriga, atualmente, quase 100 animais. A prefeitura tem despesa de cerca de R$ 1 milhão por ano com alimentação animal, cuidados veterinários e pagamento de funcionários. “Esse valor poderia ser investido em outra demanda. Hoje, a gente investe em parceria com ONG’s, castrações, atendimento no Hospital Veterinário, em albergagem de animais. Só em equinos vai cerca de R$ 36 mil por mês (valor investido com profissional para os serviços de resgate e albergagem de animais)”, explicou.

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A situação é preocupante. Conforme Jaques, nem mesmo o Centro de Bem Estar Animal, em construção em Linha Santa Cruz, vai resolver o problema. “Nós estamos construindo o Centro de Bem Estar Animal, que vai ter capacidade para 250 animais, entre cães e gatos. Mas nós temos certeza que, em dois meses, se continuar essa demanda, vai estar novamente lotado. É uma situação que nos preocupa muito e ficamos até frustrados, porque é como se estivéssemos enxugando gelo. A gente investe, investe, investe dinheiro e acaba não dando resultado porque, muitas vezes, a população não nos ajuda”, lamentou.

Eisenberger, além de recomendar a castração, critica também dos casos de maus tratos em Santa Cruz. “Até o ano passado, eram feitas, em média, 1,3 mil castrações por ano. Nós queremos dobrar esse número neste ano. É claro que a castração tem efeito em longo prazo, mas mesmo como todo esse investimento, ainda notamos situações de maus-tratos e abandono”, observou.

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O secretário também confirmou uma informação dada pela vereadora Bruna Molz, em entrevista anterior à Rádio Gazeta 107,9 FM, que dá conta de uma queda acentuada no número de pessoas interessadas em adotar um pet. “Há alguns anos houve aumento e, agora, deu uma caída, porque o pessoal quer filhote, animais de médio para pequeno porte, que não é sempre que a gente tem. Então, acaba que animais idosos, que precisam de mais cuidados, vão ficando”, detalhou.

Além de cães e gatos, o número de cavalos abandonados também preocupa em Santa Cruz. São oito equinos sob os cuidados da prefeitura e 36 que estão sob responsabilidade da Ong Cavalo de Lata. Junto ao Centro de Bem Estar Animal, em Linha Santa Cruz, a prefeitura está edificando um canil provisório. A construção dessa estrutura está na reta final.

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