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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Outubro Rosa: diagnóstico precoce é fundamental para superar o câncer

Fabíola e Grasiela: instituição trabalha o ano todo, mas neste mês foca na orientação

A Associação de Apoio a Pessoas com Câncer (Aapecan) de Santa Cruz do Sul terá uma intensa programação neste mês. O Outubro Rosa, mês de prevenção ao câncer de mama, contará com ações e palestras informativas na região. Em 16 anos de atuação, a Casa de Apoio já atendeu mais de 2 mil pessoas, das quais 140 foram mulheres em tratamento para o câncer de mama.

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que para cada ano do triênio 2020/2022 sejam diagnosticados no Brasil cerca de 66 mil novos casos de câncer de mama, com um risco estimado de quase 62 casos a cada 100 mil mulheres. Muitas vezes a doença não apresenta sintomas, e só é possível notar alterações na mama por meio do autoexame. Após os 40 anos é recomendado o exame de mamografia anual para detectar a doença. Os tumores podem ser benignos ou malignos e o tratamento envolve cirurgia, quimioterapia, radioterapia ou hormonioterapia.

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Durante este mês, a Aapecan oferece palestras e também o Espaço Acreditar, uma tenda com materiais informativos que é instalada em empresas. Os funcionários podem visitar o espaço, conversar com a equipe e tirar dúvidas sobre exames e o cadastro.

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Conforme a assistente social da Aapecan, Fabíola Fagundes, o trabalho da instituição é o ano todo, mas em outubro há o foco na orientação. “O Espaço Acreditar vai ter algo diferente neste ano. Construímos um manequim para a pessoa fazer o exame de toque e sentir como se fosse um nódulo. Talvez a pessoa se tocou e não reconheceu o que era, e assim vai aprender a identificar”, explica.

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Para a psicóloga Grasiela Lopes, as ações junto às empresas são de extrema importância. “O espaço de trabalho é a sua segunda casa, estarmos neste espaço representa muito. Além da empresa fazer sua parte no cuidado com o funcionário, a campanha atinge pessoas que não atingiríamos somente com a mídia ou com ações isoladas.” O trabalho de orientação da Aapecan não é cobrado, mas as empresas realizam uma contrapartida, geralmente com doações de alimentos que mais tarde serão usados nas cestas de Natal que são presenteadas aos usuários.

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O fator mais importante quando se trata do câncer de mama é identificar a doença cedo, uma vez que se for diagnosticada com antecedência as chances de realizar um tratamento eficaz são maiores. “O diagnóstico precoce faz toda a diferença, não só para o tratamento, mas também para o bem-estar e a qualidade de vida do paciente”, conta Grasiela. Segundo a psicóloga, muitas mulheres deixaram de realizar seus exames de rotina durante a pandemia, portanto, mais do que nunca, neste ano é muito importante falar sobre o assunto e multiplicar a ideia do diagnóstico precoce.

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“Eu não deveria ter esperado tanto tempo”

Mesmo com sintomas, a usuária da Aapecan Eronilda de Fátima da Silva, de 37 anos, demorou para procurar atendimento. A garçonete que reside com o marido e a filha em Cerro Alegre Baixo ficou meio ano sentindo desconforto antes de buscar ajuda. “Fiquei seis meses com muita dor no peito, ficava inchado e eu pensava que poderia ter sido uma batida na área”, conta. Por indicação da chefe e de uma colega de trabalho, procurou atendimento médico e logo já soube que o problema era grave.

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Após realizar exames, veio o diagnóstico inicial de câncer, e depois da biópsia, a indicação de que o tumor era maligno. Quando chegou o resultado em dezembro de 2019, o caso já estava avançado e era necessário fazer o tratamento primeiro. Foram 12 sessões de quimioterapia, cirurgia na mama e injeções até maio deste ano. “Agora estou bem, fazendo os exames de rotina a cada três meses. Mas foi muito difícil, eu não aceitava, não acreditava que eu tinha câncer.”

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Dos momentos mais difíceis, quando passou pela mastectomia, precisou cortar o cabelo e evitava sair na rua por vergonha, Eronilda finalmente conseguiu superar a doença e seus efeitos. “Agora me sinto outra pessoa. Depois de tudo que passei, encaro melhor a vida. Meu cabelo era muito bonito e comprido, quando começou a cair não dei bola, mas na hora de cortar chorei muito. Hoje é uma alegria na minha vida me arrumar e sair, mas se tivesse descoberto antes não precisaria ter passado por tanto.”

Ela destaca o apoio que recebeu da Aapecan, de vizinhos e de colegas de trabalho para superar a doença, e sua recomendação para outras mulheres é que não esperem: procurem atendimento médico diante do surgimento de qualquer sintoma.

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