Colunistas

A vida no ritmo da música

Adoro música. Admiro os músicos que, com seu talento, transpiram magia, alegria, emoção nos palcos. Não seria exagero dizer que os invejo (no bom sentido) porque, de fato, gostaria de ser um deles.

Desde criança foi assim. Dezenas, centenas de situações, circunstâncias, poderia relatar. Quando jovens, enamorados, percorríamos salões e clubes da região por onde se revezavam, no fim dos anos 1970, década de 1980, além das ótimas orquestras locais, bandas de renome em todo o Sul do País como o Itamone, o Impacto, Os Atuais, João Roberto e, com certeza, devo estar esquecendo de mencionar outros grupos de sucesso na época.

Não perdia show em Santa Cruz, estive nos festivais e cheguei a viajar com Os Canarinhos Estado afora porque queria sentir a emoção dos pequenos artistas longe da sua terra natal.

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Certa vez, final dos anos 1970, renovei o guarda-roupa completo – camisa, calça, blazer, sapatos – especialmente para ir a um baile no Salão Kappel, na então Vila Melos, hoje Vale Verde. Tudo debitado em um carnê, em 12 prestações, porque na animação da festa estaria um fenômeno de sucesso da época: Os Atuais que, por sinal, ainda hoje são conhecidos como “os reis do baile”.

Deu (quase tudo) errado. Na última hora, a namorada não pôde ir. E num momento de insensatez, aceitei o convite de um casal amigo e fomos no tal baile porque, estávamos convictos, tínhamos que ver e ouvir a banda que arrastava multidões. Por pouco não perdi a namorada e ainda fiquei com um ano de prestações pra pagar.

A música faz isso com a gente. Acho que é coisa de berço, de sangue, de DNA, se diz hoje. Nas bodas de ouro dos meus pais, que coincidiram com as bodas de prata de uma das irmãs, quem animou a festa foi a mesma banda que, 50 anos antes, tocou no casamento deles: os Irmãos Bender, de Linha Nova, todos com cabelos brancos, mas com um talento que só se aperfeiçoou com o passar dos anos.

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Meu pai não faria esse convite se não fosse relevante. É porque os músicos devem ter sido mais que animadores de uma festa tantos anos atrás. Por certo, a música deles deu ânimo quando tudo na vida parecia patinar, e proporcionou alegria depois dos dias sombrios que não se pode evitar.

Mas precisamos combinar uma coisa: há uma diferença nas motivações que levam pessoas a um evento. Se você for a um show, com banda ou artista famosos, você paga ingresso e se submete ao ambiente porque quer ver espetáculo, se emocionar, curtir seus ídolos. Se for a um bar, um jantar-baile, uma festa comunitária ou de escola, em qualquer lugar com música ambiente, suas motivações vão além da música. A música é o complemento, a garantia de animação, a atração adicional ou até principal, mas não impedimento do que há de mais importante nessas ocasiões: a oportunidade de as pessoas conversarem.

Os bons músicos sabem do que estou falando. Não é volume, é qualidade que importa!

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Heloísa Corrêa

Heloisa Corrêa nasceu em 9 de junho de 1993, em Candelária, no Rio Grande do Sul. Tem formação técnica em magistério e graduação em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo. Trabalha em redações jornalísticas desde 2013, passando por cargos como estagiária, repórter e coordenadora de redação. Entre 2018 e 2019, teve experiência com Marketing de Conteúdo. Desde 2021, trabalha na Gazeta Grupo de Comunicações, com foco no Portal Gaz. Nessa unidade, desde fevereiro de 2023, atua como editora-executiva.

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