Criado em 2010, o Germânia é um dos mais novos bairros de Santa Cruz do Sul. Hoje, já conta com pelo menos 759 imóveis fracionados (lotes), dos quais 577 são unidades construídas. Além disso, segundo a Secretaria de Planejamento do município, situam-se no bairro pelo menos 24 unidades de produção agropecuária, 25 empreendimentos comerciais, quatro estabelecimentos industriais e seis de prestação de serviços.
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Nos últimos anos, por estar à margem da RSC-287, importante rodovia da região, e pela proximidade com as principais entradas de Santa Cruz, o Germânia vem apresentando um crescimento acelerado, com a expansão comercial e a instalação de grandes empresas.
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De acordo com a Secretaria do Planejamento, houve uma expansão interessante por volta de 2012, com a aprovação dos loteamentos Novo Horizonte I e II, que dispunham tanto de lotes residenciais quanto de lotes industriais de frente para a rodovia.
Ainda conforme a pasta, atualmente tramitam na casa pelo menos dois projetos de loteamento residencial no Germânia. Uma vez que isso se consolide, haverá a abertura de novos lotes para os próximos dois anos, o que fará o bairro se expandir cada vez mais.
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A história do Bairro Germânia se entrelaça com a do Renascença. O surgimento de Santa Cruz se deu a partir de 1849, com a vinda de imigrantes europeus. A colonização se iniciou na localidade de Linha Santa Cruz (Picada Velha) e foi avançando em direção a Boa Vista. Posteriormente, abriu-se uma segunda picada, em Rio Pardinho, chamada Picada Nova, seguindo até a Entrada Rio Pardinho.
Por isso, no início, o lugar onde hoje estão os bairros Germânia e Renascença – separados pela RSC-287 – era denominado de Linha Entrada Rio Pardinho. O Germânia é um dos mais novos bairros de Santa Cruz do Sul, tendo sido criado apenas em 2010.
Segundo informações fornecidas pelo Geoprocessamento Municipal, o Bairro Germânia foi criado pela Lei 6.104, de 22 de dezembro de 2010. Antes, ele se chamava Bairro Entrada Rio Pardinho e uma parte era do Bairro Linha Travessa/Aeroporto. Fosse naquela época ou mesmo agora, confrontava-se a Leste com o Bairro Linha Santa Cruz, a Oeste com o Acesso Ruben Guilherme Kaempf (Rodovia RSC-471), ao Norte com a Linha Travessa (atual Rua Ernesto Augusto Mandler) e ao Sul com a Rodovia RSC-287.
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Ainda conforme a Secretaria de Planejamento de Santa Cruz, o nome Germânia nada mais é do que uma homenagem e referência histórica aos imigrantes e à cultura trazida por eles. Em 2010, foram realizadas diversas reuniões nos bairros do município, explicando as alterações e nomenclaturas. A denominação Germânia foi proposta pelo Executivo e bem aceita pela comunidade.
“Inicia em um ponto localizado na Faixa de Domínio da Rodovia RSC-471, na margem leste do Rio Pardinho e limite oeste da Zona Urbana, instituída pelo Plano Diretor, partindo daí, no sentido nordeste, sempre acompanhando o limite da Zona Urbana, até encontrar um ponto localizado no Arroio Lajeado, seguindo no sentido sul, acompanhando o referido Arroio, em linha irregular, até encontrar um ponto localizado na divisa Norte da propriedade do Pinus Park Hotel, seguindo por esta, no sentido Leste, até encontrar o ponto localizado na divisa Leste da referida propriedade, de onde segue, por esta divisa e seu prolongamento imaginário no sentido Sul.
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Dali vai até encontrar o ponto localizado no limite norte da Faixa de Domínio da Rodovia RSC-287, seguindo por esta Faixa, no sentido oeste, respeitando a Faixa de Domínio da Rodovia RSC-471, até encontrar um ponto localizado no limite da Zona de Alagamento, instituída pelo Plano Diretor, de onde passa a acompanhar este limite, no sentido norte, até encontrar um ponto localizado na Faixa de Domínio oeste da Rodovia RSC-471, seguindo daí, em linha reta e imaginária, no sentido leste, atravessando a referida Rodovia, até encontrar um ponto localizado na Faixa de Domínio leste da Rodovia RSC-471, seguindo então no sentido norte, acompanhando a referida Faixa de Domínio, até atingir o ponto inicial.” – Trecho da Lei Ordinária 8714, de 14/09/2021.
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É no Bairro Germânia que se inicia a Rota Germânica do Rio Pardinho, roteiro que integra atrações turísticas dos municípios de Santa Cruz do Sul e Sinimbu. É um dos principais núcleos de colonização alemã do Estado, num roteiro exuberante, que impressiona pelas belezas naturais e culturais.
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Segundo informações do site da Associação de Turismo da Região do Vale do Rio Pardo (Aturvarp), a Rota é focada em Rio Pardinho, a dez quilômetros do centro de Santa Cruz, e mantém vivas as tradições da época da colonização. A localidade foi fundada em 1852 e preserva a arquitetura dos casarões, a gastronomia típica e o artesanato local. Cafés, restaurantes e artesanatos fazem parte da Rota Germânica do Rio Pardinho, que é uma viagem de volta ao passado.
Uma das moradoras mais antigas do bairro é Brunilde da Rosa, de 83 anos. Ela conta que foi residir no Germânia – que naquela época era chamado de Entrada Rio Pardinho – com apenas 15 anos de idade, acompanhada dos pais. Anos depois, casou-se e criou os três filhos e cinco netos na casa localizada na BR-471. Brunilde viu o bairro crescer. “Isso aqui era tudo roça, não tinha ninguém morando. A casa que tinha era mais distante”, recorda.
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Hoje em dia, a casa de Brunilde fica em nível mais baixo que a rodovia. Ela recorda que a residência já foi mais alta que a rua, mas Isso mudou com a obra de melhoria da pista. Apesar do movimento intenso, com muito barulho de veículos, principalmente de caminhões, ela afirma que não pretende se mudar. “Morar aqui é muito bom, meu marido sempre dizia para nunca vender aqui.”
Um dos empreendimentos diferenciados que estão fixados no Germânia é o Biergol, empresa que possui quadras para prática de esportes e ambiente para comemorações. A proprietária Paula Francine Breunig Panke comenta que o estabelecimento foi inaugurado há mais de três anos. “É um local de fácil estacionamento e próximo a cidades vizinhas, como Vera Cruz e Sinimbu.”
Paula relata que, logo que o negócio começou a ser montado, ela e o marido Henrique Panke foram muito bem recebidos pelos moradores do loteamento. “Além de vários frequentarem as quadras, levam as crianças para brincar, olhar um jogo. Muitas vezes, eles nos ajudam jogando para completar os times de vôlei e futebol quando falta algum jogador. Muitos também já fizeram aniversário dos seus filhos conosco.”
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A empresária reitera que existe colaboração intensa entre os moradores. “Há um cuidado na segurança uns dos outros, sempre estão cuidando se tem alguém diferente circulando. Durante a pandemia, em que ficamos quase um ano fechados, tinha um alarme de emergência piscando após uma queda de luz e diversos moradores nos ligaram avisando.”
A Apomedil, empresa que ainda é conhecida por muitos como Gaúcho Diesel, foi o primeiro estabelecimento comercial de grande porte do Germânia. O primeiro prédio começou a ser construído em 1979, sendo inaugurado em 1982. Fotos da época mostram o local completamente desabitado.
A gerente da Apomedil, Helena Kist, já trabalhava na empresa naquela época. “Nos primórdios era Expresso Gaúcho, aí passou para Gaúcho Diesel quando os caminhões foram separados dos ônibus. Os ônibus ficaram sendo Expresso Gaúcho, e os caminhões que eram vendidos vieram para cá. Não tinha nada, nem ninguém. Tanto que era difícil chegar na empresa”, recorda.
O prédio atual, situado na RSC-287, defronte a uma das principais entradas de Santa Cruz, foi inaugurado em 9 de abril de 2019. Dirceu Weiand, diretor da Apomedil, destaca que empresas do ramo precisam ter acesso facilitado, pois normalmente os veículos são de grande porte, como caminhões e carretas. “Quando tu estás dentro da cidade, como é o caso de como ficou o Expresso Gaúcho, começam a aparecer dificuldades logísticas. Então, o mais habitual é que as empresas que nascem na cidade depois tenham de sair de lá. É o caso do que aconteceu aqui. Isso aqui era campo, colônia, e hoje em dia tem de tudo”, diz o diretor.
Quem é da região conhece o trevo, inclusive, como o trevo do Gaúcho Diesel. “É porque não tinha nada. Então, quando fizeram o trevo tinha só o Gaúcho Diesel. E, claro, já se via que os caminhos todos cruzavam ali. Provavelmente a concessionária escolheu fazer o trevo por causa da localização”, complementa Helena. O crescimento acelerado, conforme a gerente, foi visto principalmente na última década. “O bairro foi sendo povoado muito rápido. É muito legal assistir a essa evolução toda”, completa Helena Kist.
Para Weiand, é o principal trevo de acesso à cidade, que faz a ligação com diversas regiões do Estado. “É um entroncamento rodoviário importante. Uma empresa, estando aqui, tem uma certa vitrine”, cita.
O Germânia é também lar da conhecida Clínica Vida Nova, ou Sanatório Kaempf, como também é chamado. O imponente e antigo prédio situado na BR-471, na entrada do bairro, foi inaugurado em 15 de novembro de 1889, pelo jovem médico alemão Carl Hermann Eduard Kämpf. Conforme publicação da Gazeta do Sul de 8 de julho de 2018, o empreendedor, que era naturalista convicto, veio para o Brasil em 1882 e foi morar na Colônia de Monte Alverne.
Inicialmente, o próprio Kämpf construiu uma pequena casa de alvenaria para morar com a família e receber os primeiros pacientes. A instituição foi batizada de Natur-Heilanstalt Santa Cruz (Hospital de Cura Natural Santa Cruz). Logo a fama do naturalista se espalhou, atraindo pessoas de toda a região para a clínica. Com os tratamentos medicinais, eram atendidos pacientes com reumatismo, dores, doenças nervosas, fraqueza, fadiga crônica e outros problemas. Um novo prédio de dois andares foi inaugurado no dia 12 de dezembro de 1895. Em 1910, mais uma construção de dois andares foi erguida pela família.
Atualmente, a edificação está em desuso e sofre com a ação de vândalos. Em 2018 foi anunciado que o Centro de Ensino Superior Dom Alberto assumiria o local, com o objetivo de instalação de campus e residencial, em um investimento de R$ 68 milhões.
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