O Bairro Margarida possui muita natureza ao seu redor, principalmente devido à presença do Cinturão Verde. Não à toa, leva o nome de flor, que, segundo contam os moradores mais antigos, era uma espécie que havia em abundância no local. No século passado, quando ainda era zona rural, a natureza presenteava os que lá residiam com pontos de banho de água natural, o que já não acontece mais hoje.
De acordo com informações do setor do Mapa da Cidade, da Secretaria de Planejamento de Santa Cruz do Sul, o Margarida existe desde 1998. Antes, era chamado de Margarida/Aurora, e em 2010 passou a ser somente Margarida. O último levantamento a respeito da população, feito em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontava que em torno de 3,4 mil pessoas residiam no bairro.
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Atualmente, conforme o Mapa da Cidade, são 28 unidades comerciais ou de prestação de serviços, e 1.041 unidades residenciais. Antes da atual nomenclatura, a região também era conhecida como Moinho, por conta de um moinho de milho que atraía colonos para aquela região, a fim de produzirem farinha.
Luis Carlos Wermuth foi o presidente da Associação de Moradores do Bairro Margarida de 2015 até o último fim de semana, quando houve nova eleição. Morador do bairro há 45 anos, Wermuth diz que gosta muito de residir no local, mas, como em todos lugares, existem problemas. “Sempre tem algumas pessoas que passam uma imagem diferente e um pouco ruim do bairro. Mas, em geral, aqui moram pessoas trabalhadoras, é um povo aguerrido”, observa.
De acordo com o ex-presidente, a associação trabalha em prol da comunidade, buscando melhorias em diversas áreas, como saúde, educação, assistência social e esporte. Uma das lutas mais antigas da entidade é a busca por uma praça. O intuito, segundo Wermuth, é instalar a área de lazer próximo à Escola de Educação Infantil (Emei) do bairro; assim, as crianças também poderiam aproveitar a praça.
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“Já tem um projeto pronto há uns seis anos, mas até agora não saiu. A praça seria em um terreno baldio, ao lado do posto de saúde. O terreno também faz divisa com a creche. Então, a ideia é que, durante o dia, a creche também possa usufruir desse espaço. Para nossas crianças, isso seria ótimo”, explica o ex-presidente.
A nova gestão da associação, escolhida no último domingo, é liderada pela presidente Sandra dos Santos e pela vice Marli Wermuth. Vencer com uma chapa comandada por mulheres foi uma grande conquista, conforme Sandra. Ela afirma que vai dar continuidade à luta pela praça do Margarida, que é uma das prioridades do bairro. “A praça em si é uma das reivindicações mais antigas, e que a gente mais almeja”, diz Sandra.
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Além dessa demanda, há outras planejadas para se colocar em prática na nova gestão. “Queremos outras melhorias para o Margarida. Também queremos trabalhar muito a autoestima dos moradores, fazendo eventos que unam a comunidade. Acredito que está faltando isso, e é algo que vamos trabalhar bastante”, acrescenta Sandra.
A Rua do Moinho, antigamente chamada de estrada, é uma das mais antigas da cidade e homenageia o antigo moinho de milho do imigrante alemão Peter Assmann, que chegou a Santa Cruz do Sul em meados dos anos 1850. O empreendimento ficava no atual Margarida. Por isso, por algum tempo, o bairro foi chamado de Moinho. Se fosse nos dias de hoje, o moinho ficaria na Rua Henrique Schuster, esquina com a Rua Augusto Becker. Uma placa situada no local marca a homenagem e a memória do imigrante.
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Segundo pesquisa de José Augusto Borowsky, os colonos vinham de Linha João Alves e outras regiões de carroça, trazendo milho para moer, e voltavam com a farinha. A água que movia a roda do moinho corria dos altos do Monte Verde e escoava para o riacho que passava nos fundos da casa dos Assmann (Arroio do Moinho). Anos mais tarde, uma enchente destruiu o moinho e Assmann encerrou as atividades.
Uma das características do Bairro Margarida é a presença de diversas atividades sociais. Segundo o secretário de Habitação, Desenvolvimento Social e Esporte, Everson Bello, o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) para crianças de 6 a 15 anos conta com 60 vagas. Os trabalhadores são vinculados à Associação Projetos Educacionais e Sociais Para Crianças e Adolescentes (Aesca), por meio de termo de colaboração.
Para execução do SCFV, atuam educadores sociais e oficineiros. O Serviço funciona em turno inverso ao da escola, de segunda a sexta-feira. “O SCFV tem objetivo de promover a convivência. Visa também preparar crianças e adolescentes para o exercício de sua cidadania por meio da participação social, assegurando, o desenvolvimento do seu protagonismo e da sua autonomia, por meio de atividades lúdicas, culturais, de esporte, lazer, experiências intergeracionais, fortalecendo o respeito e a empatia entre todos”, explica Bello.
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Outro projeto realizado no local é o Craques da Bola, que atende 170 crianças. “As ações esportivas têm por objetivo fortalecer os hábitos saudáveis, contribuir para o desenvolvimento e a formação, além de desenvolver os atributos da área afetiva. O oferecimento dessas atividades está inserido dentro do guarda-chuva para cuidar das pessoas.” Ainda de acordo com Everson Bello, há um projeto de maturidade ativa no Margarida que atende 40 idosos. Além disso, duas obras foram realizadas neste ano: um banheiro e a reforma de um chalé, obras inseridas no contexto de moradores com problemas habitacionais.
No início do século 20, santa-cruzenses criaram pequenas chácaras e balneários particulares. Um desses locais era o Arroio do Moinho, na Rua Henrique Schuster, no Bairro Margarida. Logo no início da rua havia a chácara de José Paulo Rauber, com um arroio e muita sombra. Mais adiante, também ficava a chácara da família Ritter e, logo depois, uma chácara da família Kolberg, que foi batizada de Caveira e tinha uma represa que formava uma piscina de água natural.
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