Situado na Zona Oeste de Santa Cruz do Sul, o Bairro Pedreira está entre os mais populosos do município, figurando na 13a posição entre os 36. A população estimada é de 3.339 habitantes, conforme mapa temático produzido pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), a partir do Geoprocessamento do Município, e com base no censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A região fica em uma das partes altas da cidade. Um dos diferenciais do bairro, criado em 1998, é a grande área verde que ocupa boa parte do território. No local, primeiramente, existia o Bairro Bela Vista, já extinto. A delimitação final do Pedreira foi fixada em 2009. Atualmente, conforme dados da Prefeitura, ele abrange parte dos territórios que pertenciam aos bairros Senai, Bom Jesus, Santuário, Faxinal Menino Deus (antes Faxinal) e Ana Nery (antes Piratini).
O Pedreira conta com cerca de 25 empreendimentos comerciais e de prestação de serviços, e aproximadamente 1.650 residências. A origem do nome do bairro está ligada à exploração mineral que ocorria na região. Assim, surgia o Pedreira, próximo à área central da cidade.
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Constituído inicialmente por chácaras e duas pedreiras, o Bairro Pedreira começou a surgir na década de 1920, até atingir a sua formação e delimitação atual. De acordo com pesquisa do jornalista José Augusto Borowsky, publicada na Gazeta do Sul em junho de 2014, a principal rua do bairro chamava-se Estrada do Matadouro, por dar acesso ao Matadouro Municipal, que era administrado pela Cooperativa Pastoril de Rio Pardo. Atualmente, o local abriga a oficina de máquinas pesadas da Prefeitura. Com as mudanças no mapa da área urbana, hoje pertence ao Bairro Santuário.
Com o tempo, a via principal passou a ser chamada de Corredor Pedreira e, mais tarde, Rua da Pedreira. O nome era uma referência às pedreiras de João Kern e Benedito Fernando Goldschmidt, que abasteciam as construções realizadas na cidade.
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Na época, em virtude de o material ser produzido no bairro, moradores começaram a construir casas com pedras. As estruturas se tornaram características do lugar, em virtude da beleza e solidez. Algumas nesse estilo estão preservadas. As moradias também foram responsáveis por abrigar as primeiras famílias do bairro, como os Schoepf, Goldschmidt, Lawisch e Santos.
Ainda conforme a pesquisa de Borowsky, a região da Pedreira, por ser alta, rochosa e com mata abundante, sempre foi rica em água. A fumageira Souza Cruz, quando se instalou no município, em 1917, comprou uma área na região e instalou um ponto de captação de água para abastecer a fábrica, que ficava entre as ruas Ernesto Alves e Felipe Jacobus.
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Outra peculiaridade do bairro é a chamada Chácara dos Americanos. Uma parte dela foi vendida e abriga o Residencial Terra Nova. Além disso, o Pedreira conta com um dos principais reservatórios hidráulicos da cidade. A primeira ligação de água foi feita em 19 de novembro de 1949. Hoje, a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) administra o local.
Sentado atrás do balcão do Mercado Sinimbu, com simplicidade e simpatia, nossa equipe conversou com o empreendedor Luiz Armi da Rosa Felippe, 63 anos. Natural de Sinimbu, ele veio a Santa Cruz para ficar um ano na cidade. Mas o tempo passou e hoje já são 23 anos residindo no município. O mercado funciona há três anos.
“Eu gosto muito das pessoas aqui, não tenho do que reclamar. Estou com meu mercado neste ponto, na entrada da Rua Pedreira, e sempre tive um bom público, pois ofereço tudo que meus clientes precisam”, diz Felippe.
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O empresário também conta com uma pensão no local. “São 15 quartos e sempre estão cheios. Isso é muito bom, pois é um lugar seguro e as pessoas gostam.”
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Cada bairro conta com pessoas que fazem e motivam a região onde moram. Uma cidadã que é a marca do Pedreira é Clarinda Loreto Lacerda, mais conhecida como a “baixinha dos doces”. A história da doceira já esteve nas páginas da Gazeta do Sul em setembro de 2010, quando ela contou sobre sua paixão por confeccionar os quitutes para festas de aniversários, formaturas e outros.
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Agora, 13 anos depois, e com muita alegria, Clarinda recebeu a Gazeta novamente. Ela conta que mora no mesmo local há 38 anos e acompanhou as transformações do Pedreira. “Sabemos que o bairro tem problemas, mas aqui me sinto bem para viver. Também é onde, há 22 anos, tenho meu trabalho”, diz.
Sobre o apelido, Clarinda conta que surgiu após as pessoas, principalmente as crianças, chamarem-na de “a baixinha do doce”. “Esse apelido ficou até hoje. É assim que sou conhecida aqui no bairro, por causa da minha altura.”
Clarinda é tímida para fotos, mas com muito entusiasmo diz ser ouvinte da Rádio Gazeta FM 107,9, em especial nos dias de jogos. “Eu prefiro ouvir o jogo no rádio do que ver na televisão”, conta. “Sou colorada, mas vibro pelos dois times gaúchos quando estão em competições representando o nosso Estado.”
A doceira afirma que o bairro precisa de um olhar especial do poder público, como na questão de áreas de lazer, saúde e segurança. “Não temos uma praça para ir tomar chimarrão. Além disso, faltam uma farmácia e áreas de esporte”, lamenta.
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