Assim como são formados muitos bairros, o Esmeralda nasceu de um loteamento de chalés que começou a ser construído na Zona Sul de Santa Cruz do Sul no ano de 1978. Foi do conjunto habitacional Jardim Esmeralda que o Bairro foi criado. Consta nos arquivos da Prefeitura que o Esmeralda surgiu em 1981. Mas antes eram outros nomes, segundo o setor do Mapa da Cidade.
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Uma parte do território a noroeste pertencia ao antigo Bairro Vila Nova e, ao Sul, ao antigo Bairro Liberdade. O Esmeralda é também um dos dez bairros mais populosos do município, com estimativa de que 4.368 pessoas moravam no local em 2010, na época do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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Contudo, o censo realizado em 2022 estima que a população de Santa Cruz do Sul tenha crescido em torno de 11% no período de 12 anos.
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Quem visita o Esmeralda logo percebe que é um bairro muito residencial, mas também nota que os empreendimentos comerciais estão presentes na região, tornando um bom local para abrir negócio em Santa Cruz. Atualmente, de acordo com a Prefeitura, o Esmeralda tem 67 unidades comerciais e 2.049 residenciais.
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Problemas e qualidades
Sérgio Luis Kist, de 62 anos, é um antigo morador do Bairro Esmeralda. Reside no local há aproximadamente 35 anos e já foi presidente da associação de moradores, quando o local chamava-se Liberdade. Ele lembra do quanto a região foi sendo rapidamente habitada.
“Éramos poucos moradores quando começou o Bairro Liberdade e realmente a coisa andou muito rápido”, relata. Porém, Kist lamenta que, com a união dos bairros, ficou mais difícil a realização de ações e eventos em datas comemorativas, como festas de Páscoa e de Natal.
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De acordo com ele, o Esmeralda tem algumas demandas. Atualmente, por exemplo, os moradores convivem frequentemente com a falta de água. Outro problema, conforme Kist, é a redução dos horários de ônibus no bairro. “Depois da pandemia diminuiu muito – agora, os horários não são como eram antes. Tenho um ponto comercial e, bem ao lado, há uma parada de ônibus. Desde a pandemia temos dificuldade com isso.”
Apesar dos problemas, o aposentado e empresário garante que morar no Esmeralda é muito bom. “É um bairro tranquilo. Sempre há críticas, mas é preciso também parabenizar a obra que foi feita em frente ao Colégio Mânica. Tinha um calçamento, mas era intransitável. Hoje tem uma obra muito bonita, colocaram asfalto, era necessário”, afirma.
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Kist também observa que os moradores são muito unidos e que trocam mensagens para informar qualquer problema, seja de infraestrutura ou de segurança. Entretanto, o aposentado diz que a construção do Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) da Fundação de Atendimento Sócio-Educativo (Fase), no Corredor Zanette, preocupa um pouco os moradores.
História
Uma pesquisa realizada pelo jornalista José Augusto Borowsky, e publicada na Gazeta do Sul em junho de 2013, mostra que o núcleo central do Bairro Esmeralda teve sua origem no conjunto habitacional denominado de Jardim Esmeralda.
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Ele começou a ser implantado em 1978, com a assinatura do contrato entre a Madezatti e a empresa Lacra, de Santa Cruz, sendo o primeiro núcleo habitacional implantado pela Madezatti no Estado.
A área composta de campo e eucaliptos, com cerca de 35 hectares, pertencia ao empresário Arcadius Swarovski. No local, foram construídas 232 casas, chalés pré-moldados produzidos pela Madezatti, empresa de Caxias do Sul.
Quem propôs o empreendimento foi o empresário Guy Baumhardt. Em dois dias, todas as casas estavam vendidas. Para se inscrever, o interessado teria que ter renda compatível com o financiamento e, no mínimo, dois anos de carteira de trabalho assinada. Eram oferecidas casas de dois e três dormitórios, com metragens variadas.
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Com as vendas concluídas em tempo recorde, as obras foram iniciadas nos primeiros dias de 1979. Como todos tinham pressa, os trabalhos começaram mesmo sem as ruas estarem abertas. Em março, as primeiras famílias já estavam se mudando. As características do Bairro Esmeralda mudaram muito, mas ainda resistem alguns chalés originais.
Escola Estadual José Mânica
Hoje, quando se fala na Escola Estadual de Ensino Médio José Mânica, logo se lembra dos problemas que a instituição de ensino tem enfrentado na última década, pois pelo décimo ano consecutivo parte dos estudantes assiste às aulas nas salas modulares que foram instaladas em 2013 e deveriam ser uma solução temporária até a construção do novo prédio. Contudo, a obra não ocorreu até hoje.
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Porém, o que poucos sabem é que o Mânica ajudou a construir a história do Bairro Esmeralda. Segundo pesquisa de José Augusto Borowsky, no início havia poucas casas na região onde hoje é o Esmeralda, não mais que cinco famílias, e uma das mais antigas era a família Mânica, que doou um terreno onde se construiu a escola Dona Carlota, que nada mais era que um pequeno chalé situado na Avenida Euclydes Kliemann, na época estrada de chão batido e que se chamava de Estrada Velha.
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Mais tarde, a escola mudou de endereço, para a Rua Carlos Swarowky, sendo construído um educandário maior, mas que atendia somente até a 7ª série. Foi em 2005 que a escola passou a ser Escola Estadual de Ensino Médio José Mânica, facilitando muito para os estudantes do bairro, que precisavam se deslocar para outros lugares para concluir o Ensino Médio.
Sabendo da importância para a educação da região, os estudantes do Mânica não se calam e, recentemente, realizaram um protesto cobrando por agilidade das obras na escola por parte do governo do Estado.
Bom local para empreender
Foi uma parcela de sorte e outra de coragem que levou o casal Selaine Aguiar, 35 anos, e Carlos França, 31, a alugar uma sala comercial no Esmeralda para instalação de seu negócio. Vindos de Venâncio Aires, eles moram em Santa Cruz do Sul há cinco anos, mas foi em 2020 que resolveram sair do emprego que tinham para empreender.
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“Não fizemos muito planejamento. Foi meio que da noite para o dia. No sábado eu saí do meu serviço dizendo que queria ter o meu negócio próprio, de tarde olhamos na internet locais para alugar e achamos esse daqui. Pedi minhas contas e abrimos nossa empresa”, diz Selaine. E foi assim que, em março de 2020, pouco antes do início da pandemia de Covid-19, eles alugaram o local na Rua Palmas, 168.
“Uma semana depois deu o fecha tudo e, nesse período, não tinha nada aberto para começar a produção. A gente começou com R$ 3 mil e quando fechou um ano do negócio, já tinha pago o investimento. Era de R$ 85 mil a dívida que assumimos. Pagamos e também dava para cobrir o aluguel daqui e na nossa casa”, relata a empresária.
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Apesar de conturbado, o período da pandemia não foi tão prejudicial ao casal de empreendedores. Isso porque, com o lockdown, muitas pessoas estavam em casa e preferiam se dirigir a estabelecimentos mais próximos e também menores. “Era um período que as pessoas não queriam fila, eu assava pão, fritava pastel, fazia salgadinhos… As pessoas vinham, pegavam rápido e iam embora.”
Hoje, além da filha Anelise, de 7 anos, o casal tem o pequeno Vicente, de 10 meses, e é da empresa que vem o sustento da família. O carro-chefe da Padaria Silveira são os salgadinhos de festa. Além de comprar presencialmente, os clientes encontram a padaria nos aplicativos de delivery.
UPA de Santa Cruz do Sul
A instalação da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no Bairro Esmeralda foi muito sonhada pelos moradores. Inaugurada em 3 de agosto de 2016, atualmente a unidade é mantida pelo Hospital Ana Nery, por meio de um convênio com a Prefeitura de Santa Cruz. Quando aberta, a previsão era de 4,5 mil atendimentos mensais, mas já chegou a superar a marca de 6 mil em alguns meses.
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Desde a inauguração, as segundas-feiras são os dias de maior demanda. Em entrevista à Rádio Gazeta, Gilberto Gobbi, diretor executivo do Hospital Ana Nery, afirmou que isso demonstra que a necessidade de atendimentos é muito maior do que a previsão original. Os casos encaminhados à UPA devem ser os de maior gravidade, como um corte com sangramento intenso, dor forte ou dor no peito, por exemplo.
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