Passados os feriados de final de ano, férias escolares e o Carnaval, finalmente o País entra em campo. Todo ano é a mesma coisa. A gente reclama, mas aproveita as folgas. Enquanto isso o Brasil fica no acostamento, esperando espaço para entrar na pista para normalizar a vida de todos nós.
Teremos nove ou dez meses de intensas batalhas travadas pela mídia, redes sociais e todo tipo de troca de conteúdos mais ou menos ideológicos. O radicalismo ganhou fôlego substancial nas últimas eleições, somando-se às múltiplas possibilidades de “comunicação”. Assim mesmo, entre aspas, porque a troca de insultos não é comunicação. Imagina-se um mínimo de educação e capacidade de ouvir, refletir e responder com serenidade, mas não é isso que se presencia.
No outrora “Estado mais politizado do país” – RS – o ódio também está em alta. Estamos afundados em uma crise sem precedentes, reflexo de décadas de irresponsabilidade fiscal, gastos acima da capacidade, medidas maquiladas e medo crônico de tomar atitudes eficientes para evitar o caos.
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A Assembleia Legislativa será palco de velhas batalhas para quem acompanha a vida política gaúcha. A oposição terá solução para tudo. Chamará os governantes de demagogos, acusará falta de vontade política. A situação, ostentando números e projeções, esquecerá os discursos da campanha eleitoral quando sonhos são factíveis, milagres realizáveis, todas as soluções viáveis.
Nossos indicadores são dignos de vergonha. Fomos pródigos em ridicularizar estados que hoje estão anos-luz à nossa frente. Agricultura, educação e transportes foram segmentos em que éramos líderes de eficiência, modernidade e avanço tecnológico. Hoje os investimentos são escassos. Sequer temos energia, a infraestrutura é deficiente, a mão de obra migra para outros estados e somos líderes na exportação de cérebros.
Não tomem esta crônica pós-Carnaval como desabafo de pessimismo. Pelo contrário. Tenho motivos para olhar 2019 com sorriso aberto depois de anos de trevas no ambiente de trabalho. Se mais gente gastasse seu tempo tentando construir e menos energia em desconstruir seus semelhantes, teríamos um País e um Estado melhores.
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Prolifera o método da avacalhação gratuita, da ofensa grosseira. Até para brigar faltam método, estratégia, coerência. Perto de tornar-me sexagenário, enfrento grande dificuldade de conviver neste mundo belicoso. A aposentadoria sorri para mim, mas, como bom descendente de germânicos, teimo em resistir. Até quando não sei.