Cultura e Lazer

A vida com rimas de Mauro Klafke

O novo livro do escritor santa-cruzense Mauro Klafke, de 71 anos, há mais de cinco décadas radicado em Gramado Xavier, na região serrana do Vale do Rio Pardo, é um convite para se render à magia de uma vida com poesia. Menino sem rimas e uma lenda, lançado na última quarta-feira, no contexto da 10ª Feira do Livro na comunidade à qual ele é vinculado, brinca (mas muito a sério) com o valor e a importância da palavra, da linguagem, da comunicação (oral e escrita). Klafke autografou sua nova obra no evento, do qual foi o patrono nesta edição, que se encerrou nessa sexta-feira, 19.

Mais do que celebrar a poesia, ou a leitura, o volume exercita a parceria estabelecida com autores que são próximos a Klafke. É o caso do poeta Samuel Rodrigo Karlinski e da poetisa e contadora de histórias Valquíria Ayres Garcia, sua colega na Academia de Letras de Santa Cruz do Sul. E ainda do professor Claudiomir Antônio Battisti, diretor da Escola Estadual de Ensino Médio Margit Kliemann, na qual Mauro lecionou Geografia.

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Outra ação foi estabelecida com estudantes, seus entusiasmados leitores, remetendo à lenda referida no título. Desenhos, cartinhas e até fotos, ilustrações distribuídas ao longo do livro, permitem inferir que a poesia é ferramenta indispensável para o conhecimento, para o entendimento do mundo e para a imaginação criadora.

Menino sem rimas e uma lenda, de Mauro Klafke. Gramado Xavier: edição do autor. 2024. 39 páginas

UM POEMA

“UMA HISTÓRIA DE ISOLAMENTO”

Vou começar a história assim
para que todos entendam
que ela vai ter começo
vai ter meio e vai ter fim.

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Vou contar esta história
que aconteceu bem aqui
para que não pensem que ela
aconteceu ao longe, por aí.

No coração dessa cidade
onde a vida sempre passa,
não tem valor o que se faça
para os que não têm coração.

É a história de um menino
que isolado vivia na rua.
Quando lhe perguntavam por quê?
– dizia que não tinha destino.

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Não soube quem era seu pai
e mãe teve por algum tempo.
Não soube de onde é que veio
também não sabe para onde vai.

Aprendeu as manhas da vida
e viver do que lhe nega o mundo.
Podiam lhe chamar apenas,
como outros, de Raimundo.

Um dia alguém lhe falou
deste jeito não tem solução.
Ninguém poderá viver como vive
com toda essa confusão.

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Romar Behling

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Romar Behling

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