Categories: Benno Kist

A vida acontecendo

No mês em que acontece o aniversário, bem a gosto e não de desgosto, volta-se a revalorizar a própria vida, que renasce, e nota-se que é muito bom observar a vida acontecendo ao seu redor, na sua casa, na sua aldeia, na gente que você ainda encontra no dia a dia, quando tanto se fala em vírus, doença, unidade de terapia intensiva, morte.

E ela, esta vida tão valiosa, acontece na família, que não deixa de se encontrar, mesmo numerosa, com vários netos mostrando exatamente muita vida, mas, é evidente, sem descurar dos devidos cuidados. Ela se apresenta na rua, que não se deixa de percorrer, com as conscientes precauções. Ela se realiza no trabalho, do qual não se escapa, mesmo na idade já considerada de risco, fazendo-o de casa ou na própria empresa, com os acautelamentos especializados cumpridos.

A vida está bem presente nas varredeiras que, também devidamente protegidas, deixam as ruas limpas para receber os primeiros transeuntes da manhã, como este escrevente que as saúda nos primeiros raios do sol do dia, com a voz abafada pela máscara, mas a alma feliz pela vida. Está nos ipês e outros pés floridos que encantam na paisagem. Está vibrante nos pássaros que cantam com todo frenesi. Está expressa nos trabalhadores que, respeitando a distância exigida e usando a proteção, aguardam por seus ônibus nas confortáveis paradas que lhes são oferecidas no centro.

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A vida flui no comércio e em tantos outros serviços, que, dentro dos limites indicados, pode funcionar e não há por que ser diferente. Ainda que algumas portas se cerrem e mais espaços vazios ostentem placas de “aluga-se”, outras novas se abrem, mantendo vivo o pulsar econômico da cidade. E esta recebe os alimentos e outros produtos das indústrias e dos agricultores que não podem parar, porque são fundamentais para que as pessoas possam continuar a viver, e o fazem precavidos porque precisam continuar fortes para não quebrar o concerto da vida.

No topo estão os profissionais da saúde, a desempenhar a sua sagrada e maior missão, de zelar pela vida debilitada que lhes é entregue a toda hora, e ainda mais neste momento ímpar. E por ser assim, tão ímpar e insólito, deve fazer recobrar, no íntimo de cada um, a valorização da vida e do jeito de viver, onde o zelo pela saúde nunca pode ser olvidado por ninguém, sob pena de o bem maior apartar-se dele antes do que imagina.

É esta a reflexão que vem à mente e ao coração, quando é possível festejar um novo ano de vida com os familiares, receber as saudações próximas ou distantes deles, dos amigos e dos colegas. Nestes, incluem-se os queridos coralistas, que, não podendo se juntar para cantar, encontram alternativa de gravar em separado as suas vozes, as quais serão reunidas para entoar em conjunto a canção com a mensagem em destaque destinada a quem se quer bem e que faz tanto bem, “Amo-te muito!”, evocando, nesta hora de tanta carência, o melhor sentimento da vida.

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